Em função das altas mais recentes, tem muita gente (inclusive do próprio setor) afirmando que o frango está “dando dinheiro” e concluindo, precipitadamente, que as dificuldades até agora enfrentadas estão superadas.

Esse é o tipo de julgamento equivocado e que, corriqueiramente, tem levado a avicultura a inúmeros erros, alguns sucessivos. Pois o que se avalia é apenas o momento, ignorando-se seus antecedentes e, principalmente, as causas que determinaram o advento dos supostos “bons momentos”.

Não há dúvida de que a atividade vive um bom momento e tende a encerrar 2012 em condições melhores que as observadas no final do ano passado. Mas isso só ocorre como efeito, primeiro, da oferta que permaneceu excessiva no primeiro semestre do ano; e, segundo, da explosão dos custos de produção. Combinados, os dois fatores (mas principalmente o último) forçaram a redução do volume produzido e conduzem, agora, ao desequilíbrio entre oferta e demandae a uma natural reação dos preços.

Mas isso ainda não proporciona qualquer ganho ao setor. Algo que fica bem claro quando se analisa o comportamento do mercado desde novembro do ano passado até agora: os ganhos reais acumulados continuam sendo negativos.

Por exemplo, só neste momento, com as altas mais recentes, é que o preço médio registrado neste ano atingiu a marca dos R$2,00/kg. Mas esse valor está apenas oito centavos (ou 4,16%) acima da média de R$1,92/kg alcançada nos 12 meses de 2011. Ou seja: o ganho nominal conquistado continua aquém da inflação acumulada nesse espaço de tempo, da ordem de 5,5%. Isto, sem considerar o aumento de custos ocorrido no ano.

Para simplificar, muita água precisa rolar para que a avicultura de corte retorne a um padrão econômico-financeiro que possa ser considerado normal. E isso não vai acontecer em 2012.