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Sábado, 23 de novembro de 2024

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Apresentados etanol e aguardente feitos com mandioca

Um projeto experimental e inovador que utiliza raiz de mandioca para a produção de etanol (álcool) e aguardente será apresentado pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), durante a 25º edição da Feira Nacional de Agropecuária (Fenagro), no Parque de Exposições de Salvador.


Como pioneira no Estado da Bahia, na fabricação desses co-produtos da mandioca, a EBDA traz aos visitantes do evento a possibilidade de acompanhar o processo de fabricação do etanol e da aguardente de mandioca, já que uma destilaria será montada pela Empresa para a exposição.

Esse projeto, desenvolvido por uma equipe técnica da EBDA, formada por cinco engenheiros agrônomos, tem o intuito de agregar ainda mais valor à mandioca, raiz com múltiplos usos na culinária brasileira, na alimentação animal e na agroindústria.

Outra finalidade do projeto é incentivar o agricultor familiar a fabricar esses dois co-produtos utilizando a manipueira, resíduo oriundo da prensagem da mandioca que é altamente poluente se descartado de forma incorreta no meio-ambiente.

De acordo com o engenheiro agrônomo da EBDA, Nereu do Monte, um dos idealizadores do projeto, a intenção da empresa é instalar a primeira destilaria no município de Crisópolis, um dos maiores produtores de mandioca da Bahia. A produção local é de sete mil hectares de mandioca plantados, e a produtividade chega a atingir 16 toneladas de raízes/hectare, superando a média estadual, que é de 11,73 toneladas/hectare.

“O município processa 100 mil toneladas de raízes por ano para transformar em farinha, sendo que nesse processamento são gerados 40 milhões de litros de manipueira (água da mandioca). Com essa quantidade de manipueira, é possível produzir uma média de 12 milhões de litros de etanol”, informou o agrônomo.

Nereu do Monte disse ainda que o projeto já foi apresentado pela EBDA à prefeitura de Crisópolis e ao Banco do Brasil, os quais receberam a ideia com bastante entusiasmo. “A intenção é incentivar os agricultores familiares a fabricar o etanol para a química fina (indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética), uma vez que o álcool da mandioca tem uma qualidade superior ao da cana”, garante o técnico.

Já a ideia da aguardente de mandioca, batizada pela equipe técnica de Pubá, vem do estado do Maranhão. No ano de 2010, os engenheiros agrônomos da EBDA, envolvidos no projeto, visitaram o município de Barreirinhas, a 250 km de São Luiz, para conhecer a aguardente de nome Tiquira, também produzida com mandioca.

Segundo o chefe do Escritório Local da EBDA de Abaíra, Nelson Luz, que tem uma grande experiência na produção de aguardente de cana-de-açúcar, no Maranhão a fabricação da Tiquira é feita artesanalmente. “Aqui, nós pretendemos produzi-la de forma industrial e tecnificada, utilizando equipamentos e insumos mais modernos”, disse. Nelson.

Além de Nelson e Nereu, mais três engenheiros agrônomos da EBDA visitaram o Maranhão para conhecer a aguardente: Paulo Beline, que atua na gerência regional de Itabuna; Marco Túlio, de Caetité, e Albérico Paixão, que trabalha na sede da Empresa, em Salvador.
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