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Sábado, 07 de dezembro de 2024

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soja e milho

Bionergia é alternativa para produção de commodities de Mato Grosso ficar no mercado interno

Foto: Sedinei Nunes/Agência Pauta Pronta

Para o consultor internacional do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Décio Gazzoni, as mudanças do uso de energias renováveis não ocorrerão de um dia para outro

Para o consultor internacional do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Décio Gazzoni, as mudanças do uso de energias renováveis não ocorrerão de um dia para outro

A produção de energias renováveis é um grande desafio para Mato Grosso e para o mundo. Porém, ao mesmo tempo é uma alternativa ao estado para que a sua produção de commodities, como soja, milho e sebo bovino, permaneçam no território interno para a industrialização de biodiesel, etanol e até mesmo de energia elétrica. Somente em milho em torno de 17% da produção fica no mercado interno e entre as alternativas para o cereal estão à produção de etanol e DDG, proteína que pode ser utilizada para alimentação de bovinos, suínos e aves.


O potencial bioenergético de Mato Grosso é palco de discussão do 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central (Canacentro), que ocorre em Cuiabá. O intuito do evento é mostrar o potencial do setor sucroenergético na geração de bioeletricidade. Hoje, Mato Grosso conta com 10 usinas de cana-de-açúcar instaladas, das quais apenas três vendem energia elétrica para o sistema.

O encontro reunirá entidades públicas e privadas, produtores, analistas, estudiosos e sociedade.

O mundo nos próximos 40 anos irá consumir o dobro de energia que consome atualmente, segundo o pesquisador da Embrapa Soja e consultor internacional do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial, Décio Gazzoni, durante a abertura do Congresso na noite de segunda-feira, 12 de setembro, ao apresentar dados do Ministério de Minas e Energia. Hoje, são consumidos 17 trilhões de watts.

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“As mudanças do uso de energias renováveis dentro da matriz energética ocorreram ao longo do tempo. E, continuará mudando. Não será de um ano para o outro. Isso acontecerá ao longo do tempo e será pela pressão social, pelos ajustes internacionais, pelo problema do aquecimento global, políticas público e o próprio avanço tecnológico que reduz o custo de operação da energia”, pontuou Décio Gazzoni.

Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Endrigo Dalcin, produzir energia é um grande desafio. “A bioenergia é um assunto muito motivante. Nós estamos aqui em Mato Grosso em uma eminencia de verticalizar a nossa produção. Essa verticalização vai demanda cada vez mais energia e os biocombustíveis e a bioenergia são a energia do momento. O futuro nos reserva uma nova fase, onde temos que verticalizar e dar destinação mais nobre aos nosso produtos finalizando eles dentro do nosso Estado, gerando mais riquezas e mais emprego”.

O 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central (Canacentro) seguem na capital mato-grossense até quarta-feira, 14. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, não há energia suficiente para atender instalações de agroindústrias no Estado, bem como outras indústrias. “Além disso, a nossa energia é cara. Portanto, precisa haver uma maior oferta de energia para que ela possa suprir todas as demandas existentes”.

De acordo com Rui Prado, “Não há como o desenvolvimento continuar no ritmo que foi na última década sem energia e sem energia a preço compatível com todo o processo industrial”.

A produção de energia renovável é considerada uma oportunidade para Mato Grosso visto sua aptidão tanto para o milho quanto para a floresta (produção de eucalipto), segundo o presidente da Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), Glauber Silveira. "Nós vamos precisar de proteína e o DDG, que vem do milho, é uma proteína. A floresta é biomassa".

Construção de alternativas

A construção de alternativas para fomentar a produção de bioenergia é um ponto em discussão dentro do Governo Federal, principalmente dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, destaca que o governo sentará com o setor agroindustrial para que juntos possam construir alternativas que podem vir através de usinas de etanol de milho, por exemplo. Geller pontua, ainda, que a discussão que ocorre em Mato Grosso não é importante apenas para o setor agrícola, mas como para a economia do país também.
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