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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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Auditores fiscais federais rebatem Mapa e discordam quanto a terceirização de serviços

Foto: Reprodução/Internet/Ilustração

Auditores fiscais federais rebatem Mapa e discordam quanto a terceirização de serviços
Fiscais agropecuários federais trabalham pela realização de um novo concurso público. No Brasil existem 2.780 fiscais agropecuários, atualmente, em atividade. Um novo concurso elevaria o contingente de profissionais proporcionando melhor eficiência no sistema de inspeção de produtos de origem animal.


Recentemente o Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estiveram reunidos. Na ocasião foi discutido um novo modelo de inspeção sanitária brasileira. O Ministério chegou a pontuar que o projeto elaborado pelos fiscais agropecuários o ano passado vinha de encontro com a proposta da pasta e que defendia uma seleção por meritocracia de profissionais privados para auxiliar a atestar a qualidade dos produtos agropecuários.

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Segundo a Anffa, a categoria não concorda "com a terceirização do serviço de inspeção". A entidade destaca que os auditores agropecuários "estão de acordo com as mudanças e dispostos a participar da construção de um novo modelo, pelo déficit no número de fiscais e estrutura do ministério, que dificulta o trabalho dos profissionais. O fato, entretanto, não significa que o sindicato defenda a privatização do serviço".

Em nota a Anffa salienta ainda que a "forma de execução do trabalho de forma terceirizada é inconstitucional", e que países em que tal modelo de fiscalização como Reino Unido e Austrália, foi adotado são enfrentadas "consequências desastrosas, entre elas a doença da vaca louca e a febre aftosa, que geraram mortes, além do sacrifício de milhões de animais e de prejuízos ao mercado financeiro".

Confira nota da Anffa sobre a divulgação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa):

Nota do Anffa Sindical

O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) vem a público esclarecer matéria divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre mudanças no sistema de inspeção de produtos de origem animal, discutidas na terça-feira (2), em reunião entre o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e os auditores fiscais federais agropecuários.

O Anffa Sindical ressalta que, da forma como a matéria foi escrita, fica subentendido que os auditores agropecuários concordam com a terceirização do serviço de inspeção, o que não é verdade. Eles estão de acordo com as mudanças e dispostos a participar da construção de um novo modelo, pelo déficit no número de fiscais e estrutura do ministério, que dificulta o trabalho dos profissionais. O fato, entretanto, não significa que o sindicato defenda a privatização do serviço. Para o sindicato, o serviço de inspeção precisa ser realizado por concursados. Por isso, os auditores defendem e trabalham pela realização de um novo concurso público e por melhores condições de trabalho, especialmente aqueles relacionados à realização de auditorias e fiscalização complementares ao trabalho de inspeção.

Os auditores fiscais federais agropecuários reforçam ainda a posição de que a contratação dos profissionais pela União não pode ser interpretada como um gasto ou entrave ao desenvolvimento, mas sim como investimento necessário em saúde pública e sanidade agropecuária. O Anffa Sindical esclarece ainda que a forma de execução do trabalho de forma terceirizada é inconstitucional, já que as atividades exclusivas do Estado não podem ser atribuídas a prestadores de serviço submetidos à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Vale lembrar que países que adotaram esse modelo de fiscalização, como Reino Unido e Austrália, enfrentaram consequências desastrosas, entre elas a doença da vaca louca e a febre aftosa, que geraram mortes, além do sacrifício de milhões de animais e de prejuízos ao mercado financeiro.

O presidente do Anffa Sindical, Maurício Porto, destaca que a sociedade brasileira terá a segurança alimentar posta em xeque, a partir do momento em que um funcionário terceirizado atestar a qualidade de um produto para o consumo, principalmente porque o salário desse trabalhador poderá ser proveniente do fabricante desse mesmo produto.

Para concluir, o Anffa Sindical ressalta que há tempos participa de discussões para aprimorar o sistema de inspeção, e certamente os auditores fiscais federais agropecuários são os profissionais mais capacitados a tratar desse assunto e não podem deixar de ser ouvidos no desenvolvimento de um modelo mais moderno e eficaz.
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