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Quinta-feira, 21 de novembro de 2024

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com abate bovino

Greve do Indea causa mais de R$ 700 mi de prejuízo em Mato Grosso; demissões podem ocorrer em frigoríficos

Foto: Assessoria Acrimat

Greve do Indea causa mais de R$ 700 mi de prejuízo em Mato Grosso; demissões podem ocorrer em frigoríficos
Mais de R$ 700 milhões podem ter deixado de circular em Mato Grosso com a greve dos servidores do Instituto Estadual de Defesa Agropecuária (Indea), que chega há 22 dias. Esse prejuízo teria sido contabilizado apenas com a redução de 60% do abate de bovinos. Hoje, as plantas frigoríficas no Estado operam com aproximadamente 30% de sua capacidade instalada. Caso a paralisação persista as atividades nas indústrias podem ser interrompidas, vindo a gerar demissões. Preços ao consumidor podem subir.


O prejuízo é calculado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base em números próprios, do Indea e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento foi feito em cima da série histórica do mês de junho dos últimos cinco anos, onde constatou-se o faturamento diário com a atividade frigorífica bovina de R$ 36 milhões.

O Imea explica que para a realização do levantamento utilizou-se a média de abate diário dos últimos cinco anos (dados do Indea) e peso médio da carcaça do boi e vaca de Mato Grosso (dados do IBGE).

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Ainda de acordo com o Instituto, o mês de junho é característico de abate de animais no Estado, tendo-se em vista a preparação para o período de seca. Em média, nos últimos cinco anos 17,07 mil cabeças de bovinos foram abatidas em Mato Grosso por dia durante o mês de junho, uma média de 280,56 mil arrobas de carcaça (equivalente a 4,21 mil toneladas diárias).

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, afirma que a greve dos servidores do Indea está afetando "muita gente", desde os produtores aos consumidores.

"O maior negócio de Mato Grosso é a pecuária, não em volume de dinheiro, mas em volume de pessoas envolvidas no setor, até porque é a aptidão de Mato Grosso. Uma diminuição na produção de alimentos acaba chegando lá na frente ao aumento de preço", diz Prado.

A Famato já entrou com mandado de segurança pedindo o fim da greve dos servidores do Indea. No dia 16 de julho a desembargadora Serly Marcondes Alves julgou ilegal a greve de dois sindicatos que atuam no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea). Na decisão a magistrada determinou o retorno imediato das atividades sob pena de desconto dos dias parados, e diária de R$ 100.000,00.

"A gente não mediu ainda o aumento de preço do alimento em si mas, com certeza, menos produto ofertado com a greve, maior preço. Isso é uma lei de mercado. Nesse caso nosso, foi estimado que a não movimentação na economia é de quase R$ 36 milhões por dia. O desdobramento disso é enorme. É um dinheiro que deixa de circular e um produto que fica estocado", salienta o presidente da Famato.

Situação é crítica, diz Sindifrigo

A situação dos frigoríficos em Mato Grosso é considerada crítica, de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas Martins. Ele revela que o volume de abates nesses 22 dias de paralisação dos servidores caiu 60% e que caso persista o movimento grevista há plantas frigoríficas que podem parar suas atividades e até mesmo gerar demissões dentro do setor.

“Há frigoríficos funcionando apenas com 30% de sua capacidade instalada. O setor só não parou porque há produtores que conseguem emitir as Guias de Trânsito Animal Eletrônica (GTA). Não é justo o setor produtivo e frigorífico pagar esse preço. É um efeito dominó na cadeia. Estamos deixando de honrar com compromissos tanto no mercado interno quanto externo”, declarou Freitas ao Agro Olhar .
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