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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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Fim da colheita de trigo e cevada evidencia resultados ruins da safra

A região de Guarapuava tinha o potencial estimado de produzir 149 mil toneladas de trigo e 134 mil de cevada nesta safra de inverno, que se encerrou na última sexta-feira, 23. Contudo, a produtividade foi bem abaixo do esperado, em decorrência da seca que assolou a região na época de plantio.

Segundo os dados preliminares apurados pelo Departamento de Economia Rural do núcleo regional da Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento) de Guarapuava, as perdas nas principais culturas de inverno giram em torno de 22% em comparação ao potencial produtivo. Como resultado, foram produzidas em torno de 104 mil toneladas de cevada e 115 mil toneladas de trigo. Uma perda de 64 mil toneladas na soma de ambas.

Para o vice-presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Anton Gora, a situação causa dificuldades financeiras aos produtores, que utilizam as culturas de inverno para completar a renda adquirida na safra principal, de verão. Contudo, não se fala em prejuízo.

“Os preços bons da soja e do milho deixaram os produtores em situação estável e, com isso, não vai haver endividamento. O produtor deve conseguir pagar todos os custos da safra de inverno”, explicou. “Mas também não haverá a complementação de renda esperada”.

Os preços do trigo e da cevada, que atualmente estão razoavelmente maiores do que nos últimos anos, também contribuem para que as perdas não sejam tão alarmantes do ponto de vista financeiro. Segundo o Deral, a saca de trigo está sendo vendida entre R$ 35 e R$ 38 por saca de 60 kg em Guarapuava. A Seab não faz a cotação diária da cevada, que tem mercado mais restrito.

Contudo, Gora enfatiza a falta de políticas públicas para a cultura do trigo como um dos fatores que contribuem para o risco financeiro dos produtores. “Falta um seguro agrícola para o trigo que realmente funcione, assim como a garantia dos preços mínimos”, destacou. Em sua opinião, a cultura do trigo, em especial, é muito importante do ponto de vista econômico para ser negligenciado pelo governo. “É um produto essencial para a segurança alimentar, além de ser uma cultura de risco. É preciso que haja um seguro adequado”, argumentou.

Nesta safra de inverno, foram cultivados 44.500 hectares de trigo na região de Guarapuava, além de 32.700 hectares de cevada. Na última sexta-feira, o Deral havia contabilizado 100% das áreas colhidas de cevada e 99% dos campos de trigo.
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