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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Agronegócio

Consórcio de milho com braquiária pode elevar a produtividade em até 10%

Estudos da Embrapa apontam que o sistema ajuda a manter um plantio direto de boa qualidade O plantio de milho consorciado com braquiária pode ser uma opção para o agricultor que quer melhorar os rendimentos da lavoura. Gessi Ceccon, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, afirma que antes a planta era considerada uma erva daninha, mas ''hoje ela é um investimento'', assegura.

Segundo o especialista, o custo de implantação do sistema é pequeno, já que o produtor deverá gastar só com a semente. Os resultados, garante ele, são animadores. Ceccon explica que quando o consórcio é realizado a primeira vez, a produtividade pode cair até 10%. Segundo ele, essa retração é um efeito natural de ocupação do solo, pois há um aumento de absorção de nutrientes por causa do aumento de plantas. ''Mas nas próximas duas safras, a rentabilidade da produção tanto na soja, quanto no milho, aumenta em torno de 10%'', observa.

O resultado se dá por causa do aumento da matéria orgânica no solo, que contribui para melhorar a produtividade. Durante uma apresentação realizada nessa semana para produtores londrinenses no Parque Ney Braga, em evento promovido pela Cooperativa Cocamar, Ceccon disse que onde tem milho pode haver consórcio com braquiária. Porém, o especialista recomenda que a técnica seja realizada a cada dois anos e nunca comprometa mais que 50% da área para que o produtor consiga obter um equilíbrio de produção de produtividade entre uma safra e outra.

Para implantar o sistema, o pesquisador alerta que o agricultor deve ter alguns cuidados. O primeiro deles é a escolha da semente, na qual deve ser levado em conta o grau de pureza e adaptabilidade perante ao clima e também ao solo. ''Além disso, o produtor precisa saber os índices de germinação'', completa. Segundo Ceccon, um mito que ainda emperra o número de adesões ao consórcio, é de que o sistema multiplica nematóides.

O pesquisador explica que isso só acontece quando as sementes são contaminadas. Por isso, salienta o especialista, é importante saber a origem do material. Outra questão que deve ser verificada na hora da compra das sementes, é se há qualquer tipo de sujeira, como galhos, restos de plantas, entre outros. Manejo De acordo com o pesquisador da Embrapa, existem dois tipos de consórcio de milho com braquiária; forrageiras na linha do milho e a distribuída a lastro.

''Hoje temos máquinas com caixas somente para as sementes de braquiária que são plantadas simultaneamente''. Segundo ele, o desenvolvimento da braquiária irá depender do índice de chuva, mas Ceccon garante que ela não chega a competir com o milho.

O pesquisador acrescenta que só depois do milho colhido, ou seja, a retirada do sombreamento, é que a planta irá se desenvolver. Com a adoção do consórcio, o especialista explica que há um aumento de nutrientes no solo, menor incidência de plantas invasoras, principalmente a buva. Além disso, o sistema minimiza os efeitos de geadas e ajuda a prevenir a erosão e pequenos incêndios.

''Outro benefício que a braquiária traz para a lavoura de milho é no possível ataque de lagartas. Isso porque elas começam primeiramente a consumir o capim'', destaca. Geraldo da Silva, produtor na região de Cambé, achou interessante o sistema, mas acredita que ele não seja 100% seguro, principalmente porque depende da incidência de chuva. Mas revela que tem interesse no processo.
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