São vários os sinônimos: marvada, branquinha, venenosa, água-benta, água-que-passarinho-não-bebe, para ficar em apenas alguns. Mas não importa o nome, a bebida genuinamente brasileira tem inúmeros rótulos no País e vem crescendo exponencialmente no mercado internacional, principalmente com o acordo assinado em abril deste ano, entre EUA e Brasil, que garante que somente as cachaças produzidas no Brasil poderão ser comercializadas como tal nos EUA.

“Há ainda certo preconceito contra a cachaça no Brasil, vista como uma bebida menos nobre. Mas a popularidade da bebida nos Estados Unidos vai ajudar o País a mostrar que, assim como existem uísque e vinho ruins e bons, também há cachaças de má e boa qualidade”, comenta Wellington Sebastião, supervisor de produção da Cachaça Chico Valim, produzida em Oliveira, Minas Gerais.

O mercado de cachaça, bebida destilada da cana de açúcar, está em franca expansão. Os estados que se destacam na produção são Pernambuco, Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Paraíba. Atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), são mais de 40 mil produtores em todo o País, que produzem cerca de 1,2 bilhão de litros. Já o mercado externo tem muito a crescer ainda: apenas 1% da cachaça produzida no País é exportado, de acordo com o IBRAC. São 60 países que consomem a bebida e os principais destinos são Alemanha, Portugal, Estados Unidos e França.

Para a Chico Valim, empresa que está pouco tempo no mercado, mas que produz uma bebida de qualidade, “há um enorme potencial de exportação da cachaça brasileira. Acredito que, com ações voltadas a esse setor, poderemos crescer muito. E uma coisa é certa: as cachaças de qualidade é que terão mais oportunidades lá fora”, acrescenta Tadeu Moreno, representante comercial da Cachaça Chico Valim.