A falta de políticas públicas que apoiem o desenvolvimento da pecuária de corte em Mato Grosso é um dos principais entraves do setor, segundo revela um estudo feito a partir do projeto Workshop da Pecuária, da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

Divulgado nesta quinta-feira (22), o estudo “Diretrizes para o desenvolvimento da pecuária de corte de Mato Grosso” traz os resultados de rodadas de discussões entre produtores e acadêmicos da área, realizadas em seis cidades do Estado nos últimos meses.

“Falta presença do Estado lá onde são produzidas as maiores riquezas. O governo precisa dialogar melhor não só com a pecuária, mas com todos os setores produtivos. Política pública que existe é só financiamento. Não existem políticas públicas com efetividade”, reclamou o economista e consultor técnico da Acrimat, Amado de Oliveira Filho, que realizou o estudo e acompanhou todos os workshops.

Dentre as demandas levantadas em relação ao poder público, estão a falta de infraestrutura de logística do transporte, a descapitalização do setor e a dificuldade de acesso a financiamentos.

O estudo pede uma revisão da política fiscal dos governos estadual e federal em relação aos insumos, máquinas, equipamentos e implementos na atividade, além da viabilização de acesso às linhas de crédito com juros favorecidos.
As discussões também apontaram para a falta de investimentos no melhoramento genético dos rebanhos, o que poderia ser solucionado com incentivos através de financiamentos públicos.

O estudo

O estudo “Diretrizes para o desenvolvimento da pecuária de corte de Mato Grosso” traz, ainda, um panorama da pecuária de corte no Brasil e em Mato Grosso e as principais conclusões (problemas e possíveis soluções) de cinco temas: Cria, Confinamento, Integração Lavoura Pecuária, Recuperação de Pastagens e Sustentabilidade.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, comenta que era uma meta para este ano criar um envolvimento com as universidades, de onde sairão os futuros profissionais do campo. Ele agradeceu a enorme receptividade do projeto nas instituições de ensino e disse que essa integração é de fundamental importância para o setor.

Os workshops foram realizados nos municípios de Pontes e Lacerda, Cáceres, Alta Floresta, Sinop, Nova Xavantina e Tangará da Serra, entre setembro e outubro.