O mercado de ações brasileiro parece ter encarado com bons olhos a manutenção da taxa de juros pelo Copom ontem e hoje a Bolsa brasileira ensaia uma tímida alta desde abertura de hoje. A dúvida ficou sobre a deixa de Tombini, que um dia antes da definição do Copom, já tinha direcionado que os juros não subiriam, deixando com isso de lado o tradicional recurso de política monetária para a contenção da inflação, e para piorar, a dúvida principal dos mercados consiste em que o BC possa ter perdido sua autonomia para decisão sobre política monetária já vinha sofrendo pressões do partido dos trabalhadores e da presidente para a manutenção das taxas de juros.

Em minha análise, a decisão do Copom foi acertada. Defendo a minha tese agora sucintamente: Seguem as premissas principais:

· Relatório do FMI que prevê um agravamento na crise econômica brasileira que poderá encolher -3,5%,

· Números de encerramento de 2015:

o As vendas no varejo registaram queda de -4,0% até novembro comprados com 2014

o Aumento do desemprego: 8,9% até o 3º trimestre de 2015

o Inflação: 10,67 segundo IPCA

· Piora nas expectativas dos empresários onde 93% pretendem reduzir custos e não investir em 2016

· Falta de empenho do governo em reduzir custos

· Visão limitada do governo que enxerga apenas a solução para a crise no ajuste fiscal (entende-se ajuste fiscal apenas por aumento de impostos)

Análise: se o governo colocar em prática somente o aumento de impostos, essa ação “pode” elevar o caixa do governo sim, mas pode enfraquecer de tal forma a economia que consequentemente tornará os produtos mais caros ao consumidor, reduzirá a propensão marginal a consumir dos que ainda podem consumir, reduzirá o consumo e menor consumo se traduz em menos necessidade de trabalhadores nas fábricas e comércios. Sendo assim, um ajuste fiscal está longe de ser a solução para um país em crise, onde já se faz necessário trabalhar 5 meses do ano para pagar impostos. Então, a solução em manter a taxa de juros, tendo o foco na sua redução (e tem que ser essa a visão do governo) foi um passo positivo em direção a minimizar a crise. Mas manter os juros em 14,25% e até reduzi-lo, ainda não é o suficiente para nos tirar da crise. Existem outros recursos a ser utilizados para o combate à inflação que teve sua origem no aumento de preços administrados que foram reprimidos em ano eleitoral.

Darei um exemplo real sobre o efeito dos juros no boletim de encerramento dos mercados no final da tarde de hoje.

Principais Bolsas Mundiais e índices (11:29):

· Dow 30: ......................................... -1,56% fechamento anterior

· NASDAQ: ...................................... -0,12% fechamento anterior

· Ibovespa........................................ +0,30% (em operação)

· DAX: ............................................. +1,35% (em operação)

· FTSE 100: ....................................... +1,08% (em operação)

· CAC 40: ......................................... +1,24% (em operação)

· Euro Stoxx 50: ............................... +1,71% (em operação)

· IBEX 35: ......................................... +1,33% (em operação)

· FTSE MIB........................................ +2,83% (em operação)

· SMI: .............................................. +1,27% (em operação)

· Nikkei 225: .................................... -2,43%

· CSI 300: ......................................... -2,93%

· Hang Seng...................................... -1,82%

· KOSPI: ........................................... -0,27%



As principais Bolsas mundiais seguem em alta e isso reflete negativamente sobre a cotação do ouro que responde, na maioria das vezes, inversamente aos resultados dos mercados financeiros e de capitais. Na Bolsa de Londres o ouro segue sendo negociado a US$ 1.098,80 a ozt com queda de -0,67%. Na Parmetal DTVM, o ouro deu o ponta pé inicial em R$ 143,40 para compra e R$ 145,30 o grama para venda, alta de +2,32% comparado com a abertura de 20/01.

Mas o que explica a direção inversa sobre os resultados da Bolsa para o ouro quando aqui, no Brasil, a Bolsa sobe e o ouro também? A resposta está no câmbio. Quando ontem o Copom não elevou os juros o mercado brasileiro intendeu que ele não está tão preocupado com a inflação e por isso os investidores correram para a moeda estrangeira afim de proteger seu patrimônio da inflação, e como o ouro é uma commodity e sua cotação no Brasil é calculada pela paridade do US$ X R$, com o dólar mais caro, o preço do grama aumenta por aqui mesmo com a demanda interna mantendo-se inalterada. Mas como no caso de hoje o ouro está em queda no exterior, a alta no preço do US$ tem que ser maior do que a queda no preço do ouro para compensar e gerar alta na sua cotação aqui no Brasil.

Indicadores – Abertura do Mercado:

Ouro – NY (Ozt.) ............................................. US$ 1.099,40....................... -0,04%

Petróleo (Brent) ............................................. US$ 28,05........................... -2,13%

Milho (Ton) .................................................... US$ 368,62 ......................... +0,41%

Ibovespa (pts.) ............................................... 37.647,04 ........................... -1,07%

Dólar - US$ ..................................................... R$ 4,1051 ........................... +1,09%

Euro - € .......................................................... R$ 4,4747 ........................... +0,79%

Poupança (mês / 12 meses) ............................ 0,6303% ............................. +7,945%

Inflação – IPCA (mês / 12 meses) .................... 1,01%................................. +10,48%

Observação: o percentual calculado é feito com relação a cotação de abertura do dia anterior.



http://www.parmetal.com.br/ouro-informacoes-do-mercado-abertura-21012016-1149/