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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Seca nos EUA deve ajudar a puxar para cima IGPs até outubro, diz a FGV

A seca nos Estados Unidos, que prejudica a safra de milho e de soja, continuará a ter efeitos sobre o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Embora a primeira prévia de setembro tenha mostrado desaceleração, de 1,21% em agosto para 0,59% neste mês, beneficiada por menor expansão de preços no atacado, o cenário internacional puxou para cima os preços destas duas commodities agrícolas no atacado, no mercado doméstico. Isso, na prática, vai conduzir a repasses desses aumentos nos derivados de soja e de milho no atacado e no varejo. A avaliação é do coordenador de análises econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Segundo ele, esses efeitos devem durar até o fim de outubro.

Quadros afirma que, embora no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) o preço de soja e milho esteja em desaceleração, a valorização ocorrida nessas commodities nos últimos meses ainda está sendo repassada aos seus derivados, o que deve elevar preços de alimentação no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e no próprio IPA.

“A alta do milho e da soja ainda está chegando ao preço das carnes suínas e de aves. Isso deve ocorrer até o fim de outubro, não sobrando efeitos para os IGPs de novembro”, diz Quadros. A soja e o milho são ingredientes da ração animal.

Entre agosto e setembro, o preço do milho e da soja desacelerou. Mas a variação nos preços das aves passou de 3,20% para 5,58%; e a das aves abatidas e frigorificadas, de 2,50% para 7,20%.

No varejo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,29% na primeira prévia do IGP-M de setembro ante alta de 0,08% em agosto. O IPC tem peso de 30% no IGP-M. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram aceleração de preços, ou término de deflação, entre agosto e setembro. É o caso de transportes (-0,44% para 0,43%); habitação (0,08% para 0,40%); alimentação (0,48% para 0,53%); e saúde e cuidados pessoais (0,22% para 0,34%).

Segundo Quadros, a aceleração no preço de alimentação já foi decorrente do processo de repasse de custos provocado pelo encarecimento de produtos como milho e soja. “É o produtor repassando os custos para o consumidor.”

Em transportes, explicou o economista, o impacto decorreu do término na queda dos preços de automóveis novos (de -0,70% para 1,35%) e de automóveis usados (de -3,23% para 0,48%). “A alta em automóveis novos é demanda e oferta. A procura está grande e faltam modelos. Com isso, as concessionárias elevam os preços.”

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no indicador geral, subiu 0,16% em setembro ante 0,39% em agosto. O custo de materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,34%, ante 0,24%, enquanto o da mão de obra teve a mesma variação do período anterior, de 0,52%.
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