Cem hectares de áreas degradadas no vale do Araguaia em Mato Grosso foram convertidos em áreas produtivas por projeto apoiado pela Petrobras. Outros 76 hectares de matas ciliares foram reflorestados. O Projeto Interagir é coordenado pela Associação O Povo Indígena da Nação Unida Tapirapé (Apinut).
O Projeto Interagir é desenvolvido no município de Santa Terezinha, na região do Rio Araguaia, em Mato Grosso. O projeto é realizado por intermédio do Programa Petrobras Socioambiental.
De acordo com a Petrobras, dos 100 hectares de áreas degradadas 60 hectares foram convertidos em áreas produtivas através da implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) e outros 40 hectares em mandiocultura.
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Também foram plantadas mudas nativas diversas em 76 hectares da região. A ação beneficiou 57 agricultores familiares indígenas e não indígenas. O trabalho beneficia agricultores familiares das etnias Karajá e Tapirapé, além de assentados do projeto Presidente, instalado na região de Santa Teresinha.
De acordo com a coordenadora do Projeto Interagir, a bióloga Flávia Andrade, o sistema agroflorestal implantado é uma forma de manejo da terra em que se alia o cultivo de árvores frutíferas ou madeireiras e cultivos agrícolas.
A preparação para a implantação do projeto contou com dois dias de oficinas sobre SAFs e agricultura tradicional para indígenas e não indígenas de três aldeias de etnias Karajá e Tapirapé e de seis comunidades do assentamento Presidente.
"Encerramos a preparação plantando 90.000 mudas de cerca de 70 espécies diferentes para reflorestar matas ciliares da região e converter áreas degradadas em produtivas por meio de sistemas agroflorestais”, pontua a bióloga.
No Projeto Interagir o sistema agroflorestal implantado abrange culturas como arroz, milho, banana, cacau, coco, abacate, laranja, limão, açaí, batata, pupunha, cedro, mogno e ipê. Além disso, em um hectare se utilizou sementes crioulas de arroz, milho e feijão que não sofreram modificações genéticas.
“O projeto, além de recuperar o patrimônio do Vale do Araguaia, serviu para a afirmação das populações indígenas em meio não indígena, demonstrando sua capacidade técnica, humana e social aos assentados, garantindo-lhes respeitabilidade e dando a conhecer a outros públicos os princípios democráticos da Apinut", destacou a bióloga Flávia Andrade.