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Domingo, 24 de novembro de 2024

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'Brasil ainda não quebrou devido confiança dos poupadores e financiadores externos', diz economista da FGV-Rio

Foto: Viviane Petroli/Agro Olhar

'Brasil ainda não quebrou devido confiança dos poupadores e financiadores externos', diz economista da FGV-Rio
A falta de liderança executiva e legislativa é um dos fatores que está “afundando” o Brasil. Segundo especialistas na área econômica e do agronegócio, a economia brasileira não aguenta mais os constantes aumentos de carga tributária e o superávit primário não sustenta mais a dívida pública. Os pontos foram abordados no painel “Entraves para a Competitividade da Agricultura do Centro-Oeste”, durante a Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central.


O painel, realizado na manhã desta terça-feira, 1º de setembro, em Campo Grande, teve como moderador o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, debatedor o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Almir Dalpasquale, e como palestrantes o economista da FGV-Rio Samuel de Abreu Pessoa e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

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O Brasil hoje, de acordo com o economista da FGV-Rio, Samuel de Abreu Pessoa, possui uma demanda menor que a oferta. O fato é verificado desde meados do segundo semestre de 2014. “O Brasil ainda não quebrou devido à confiança dos poupadores e os financiadores externos”. Ele destacou no painel que a economia brasileira “não aguenta mais os constantes aumentos tributários” e que o “superávit primário não sustenta a dívida pública e não a estabiliza”.

Segundo Samuel de Abreu Pessoa, a economia do Brasil é complicada e há pouco espaço para lidar com a dívida pública. “O clima político está deteriorado e isso não permite que o Brasil ande para frente”. As projeções na opinião do economista da FVG-Rio é que a inflação em 2015 fique em 9,3% e para 2016 “sendo otimista em 5,5%, enquanto para 2017 ainda é uma incógnita”.

Na visão do presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, “hoje não se vê uma luz no fim do túnel para o Brasil e não se vê investimentos de fora sendo realizados”.

Conforme o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o que falta no Brasil, para que ele seja um país competitivo e saia da situação vivenciada, é “liderança”. “O Brasil não tem líder no executivo e no legislativo. No judiciário vemos apenas disputas. Apesar de haver falta de liderança no país, o setor do agronegócio segue avançando e mantendo a balança comercial. É essa falta de liderança que faz com que o Brasil não tenha rumo”.

As exportações do agronegócio é um dos pontos principais para se constatar que o agronegócio, frisa Roberto Rodrigues, de alguma forma é o que “segura” o Brasil. Entre 2004 e 2014, destacou em sua palestra, as exportações do agronegócio saltaram de US$ 39 bilhões para US$ 96,8 bilhões. A participação do complexo soja aumentou de 25,7% para 32,5%, carne de 16% para 18% e açúcar e etanol de 8,1% para 10,7%, enquanto floresta recuou de 17,1% para 10,3%.




*A reportagem viajou para Campo Grande a convite da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato)
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