O governador Pedro Taques descartou que o fechamento dos frigoríficos em Mato Grosso seja uma pressão por parte do setor para a redução do ICMS. O encerramento da atividade em 20 unidades no estado, sendo sete somente em 2015, na visão do chefe do executivo é decorrente a crise econômica no Brasil e não apenas a falta de bois.
Nesta terça-feira (14) mais uma unidade frigorífica foi fechada em Mato Grosso, levando mais 300 pessoas ao desemprego. A planta trata-se da unidade da JBS em Matupá. Em 2015 são sete unidades fechadas e nos últimos dois anos chegam a 20.
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De acordo com o governador Pedro Taques, logo após assinatura de Acordo de Resultados com secretários adjuntos da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), na manhã desta terça-feira, reiterou que o governo de Mato Grosso está conversando com o Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo-MT) quanto a questão do ICMS, bem como sobre a equiparação com estados vizinhos ao valor da alíquota do boi em pé.
"Já estamos discutindo isso com os frigoríficos. Agora mais do que isso é a crise nacional. Não é a falta de boi. É lógico que em 2013 foram sacrificadas 500 mil matrizes. Isso é fato e nós conhecemos. Mas, não é a falta de boi. É a crise nacional que se abate em alguns setores. Mas, nós já temos conversado bastante com o setor frigorífico, inclusive sobre a possibilidade de não formação de cartéis entre determinados produtos”, declarou Pedro Taques ao Agro Olhar.
Como o Agro Olhar já comentou, em Mato Grosso, de acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), existem cerca de 28 milhões de cabeças de gado. Entre 2010 e 2013 Mato Grosso levou mais fêmeas ao abate. Entre os motivos estava a pastagem e arroba em baixa. A falta de animais a partir de 2014 para serem levados aos frigoríficos já era esperada, visto que os bezerros que deveriam ter nascido naquela época estariam hoje sendo terminados.
Em recente entrevista ao Agro Olhar o secretário de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, declarou que é estudo um incentivo (único) de 3% para o setor.