A cultura do algodão em Mato Grosso terá redução de área de cerca de 30% e também no Estado da Bahia, motivada pelos estoques reguladores de 'safra velha' que a China adquiriu do mundo. Quando o volume for negociado no mercado, vai forçar preço para baixo e, automaticamente, os produtores terão que reduzir área para o valor da commodity não ter mais perdas.

A avaliação foi feita pelo sócio-proprietário da Amaggi, senador Blairo Maggi (PR), a jornalistas de Cuiabá, nesta sexta-feira. O impacto médio na safra nacional será de cerca de 25%, acrescenta. Para ele, só em 2014 a safra deverá retornar a patamares normais. Mato Grosso domina a produção da cultura, com 54% do total nacional.

Participação da região Centro-Oeste na produção nacional de algodão chega a 61,7%

"A safra do ano que vem será muito ruim de preços, que continuam um pouco elevados artificialmente, em função de que a China está comprando os restantes dos estoques mundiais", avalia após ter visitado o país mês passado.

"Mas, a gente sabe que o que está nas mãos da China é uma safra velha, mundial, vamos chamar assim. Se amanhã ou depois eles vieram despejando isso no mercado, o preço vai cair".

Maggi recomenda que os produtores reduzam áreas. "É prudente que os produtores plante um pouco menos, substitua a área de algodão por milho e soja na safrinha", argumenta.

"A gente sabe que vai ter uma redução de 30%, com certeza, na área plantada de Mato Grosso para o nao que vem. Vai ter na Bahia também e em nível de Brasil".

Maggi afirma ainda que o algodão faz o papel de rotação de cultura na lavoura de Mato Grosso. Mesmo com a redução de área, explica, os cotonicultores do Estado continuarão a manter o mercado que conquistaram na Ásia nos últimos anos.