A tecnologia ainda não está chegando até o campo no que diz respeito ao setor produtivo do leite em Mato Grosso, segundo analisou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Prado, em entrevista durante o 1º Encontro Aproleite, em Cuiabá, na sexta-feira (9).
Apesar de tantas atividades, como da soja, milho e algodão, gozarem de alta qualificação e uso de tecnologia de ponta em municípios mato-grossenses, a produção de leite ainda está aquém do esperado.
Cadeia leiteira em Mato Grosso trabalha de maneira desconexa e Aproleite vem para informar
Além da falta de tecnologia, Prado também aponta que o mercado para os produtos deste setor é muito concentrado, o que impõe alguma dificuldade. “E existe uma demanda muito grande reprimida”, analisa o presidente da Famato.
Prado acredita que a Aproleite, associação criada há pouco mais de um ano para unir o setor, vai conseguir resolver esses e outros gargalos da cadeia leiteira, porque há interesse, empenho e união da classe.
1º Encontro Aproleite
O 1º Encontro Aproleite foi realizado na quinta e sexta-feira (8 e 9) em Cuiabá, no Cenarium Rural, e contou com a participação de 1.400 pessoas, de todas as regiões de Mato Grosso.
Palestras sobre diferentes assuntos relacionados à produção e comercialização de leite e derivados, associativismo, cooperativismo e debates foram realizados, com palestrantes locais e de outros estados.
O evento foi uma realização da Aproleite, Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e tem o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT), Organização e Sindicato das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso (OCB-MT), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa-MT), Imea, Scot Consultoria e Sindicatos Rurais.
A cadeia do leite em Mato Grosso
Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso produziu em 2011 o volume de 743,2 milhões de litros de leite, o que representa aumento de 5% em relação à produção de 2010.
O estado possui cerca de 20 mil produtores de leite e os principais municípios nessa atividade são Pontes e Lacerda, Araputanga, Guarantã do Norte, Cáceres e Terra Nova do Norte.
Os principais produtos são o leite UHT, leite de saquinho, iogurtes, requeijão, doce de leite e variados tipos de queijo, com destaque para a mussarela, a qual consome quase 50% de todo o leite produzido no Estado.
