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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Agroecologia é alernativa para pequenos produtores

Servir alimentos frescos, livres de produtos químicos, altamente nutritivos e recém colhidos da horta é o sonho de toda dona de casa que presa pela a saúde de sua família. Algo que era comum entre os imigrantes que colonizaram o Alto Uruguai, hoje, parece impossível de ser alcançado.

Porém, aos poucos esta realidade vem sendo transformada por mais de 80 agricultores familiares do Alto Uruguai, que investem no sistema de produção agroecológica e já tem espaço garantido para vender seus produtos. Uma das oito feiras da agricultura familiar que funcionam em Erechim, vende exclusivamente produtos orgânicos: a do Bairro São Cristóvão.

De acordo com o técnico do Cetap – Centro de Tecnologias Alternativas Populares, Edson Klein, cada vez mais agricultores estão aderindo à prática e sendo estimulados por entidades como o Cetap, o Capa, o Sutraf, a Emater e a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Segurança Alimentar. “O cultivo convencional vem se tornando mais dispendioso e inviável para o pequeno produtor, sem contar aos danos que causa à saúde e ao meio ambiente. A agroecologia é uma forte tendência mundial e é essencial que os agricultores sigam se adequando a esta nova realidade”, alerta.

O agricultor familiar Hugo Spazzini, morador do Km 14, interior de Erechim, já pratica o sistema e se diz satisfeito, pois a produção tem baixo custo e utiliza adubos artesanais elaborados na propriedade. Todavia, o trabalho é bem maior: “nós limpamos tudo com a enxada”. Para ele, que produz cerca de 10 variedades de hortaliças e abastece, semanalmente, duas bancas de venda localizadas no bairro São Cristóvão e no Parque Lívia, está é a única alternativa encontrada pela família para manter a propriedade, já que as grandes lavouras se tornaram inviáveis devido à falta de mão de obra. “Os filhos cresceram e foram embora, ficando somente eu e a esposa. Então, o jeito foi reduzir a área plantada”, afirma o agricultor.

Outro produtor que aposta na agroecologia é o Jairo Zoraski, da comunidade São João Giaretta, no município de Paulo Bento. Ele coloca cerca de 30 itens diferentes na Feira do São Cristóvão e afirma que esta técnica tem suas vantagens: “Primeiro por causa da saúde: se minha família consome o produto limpo, quero que os outros também possam consumir. Os alimentos com produtos químicos são mais bonitos, mais lisinhos e maiores. O orgânico é menor, mas bem mais valor nutritivo. Vejo os outros produtores do método convencional e percebo que eles vivem com a máquina nas costas, enquanto eu não”, salienta Zoraski.

Estes agricultores recebem assistência técnica e orientações das entidades apoiadoras da técnica para continuar apostando no novo sistema, e até o próximo ano, todos devem receber a certificação legal da Rede Ecovida, responsável pela fiscalização do setor. De acordo com o Secretário Municipal de Agricultura, Abastecimento e Segurança Alimentar, Hermes Kamanski, além do programa federal Pais – Produção Agroecológica Integrada Sustentável-, o município tem diversos programas que atuam dentro desta linha, a fim de incentivar a produção agroecológica. “É um benefício para o agricultor, tanto na questão da saúde, quanto na economia; e para o consumidor que pode confiar no produto que está levando para casa”, afirma o Secretário.

O coordenador do Sindicato Unificado dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Alto Uruguai, Sutraf, Adilso Baroni, destaca que a entidade defende a conversão da produção de grãos para a produção de alimentos que possam garantir mais renda às famílias. “Divulgamos que existe uma linha especial de financiamento para os agricultores interessados em iniciar a produção orgânica, o Pronaf Agroecologia”. A linha de crédito é para financiamento de investimentos nos sistemas de produção agroecológicos ou orgânicos, incluindo custos de implantação e manutenção dos empreendimentos. O agricultor pode financiar até R$ 130 mil e o prazo de pagamento é de até dez anos. A taxa de juro é de 1% ao ano, para os investimentos de até R$ 10 mil, e de 2% ao ano, para financiamentos entre R$ 10 mil e R$ 130 mil.
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