Mato Grosso possui um alto potencial de produção de leite, no entanto, a produtividade registrada no setor é muito baixa. A avaliação é do superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidonio, em entrevista durante o 1º Encontro Aproleite, realizado em Cuiabá nesta sexta-feira (9).

A conclusão de Celidonio parte de um mapeamento completo da cadeia no Estado, o Diagnóstico da Cadeia do Leite em Mato Grosso, um trabalho desenvolvido pelo Imea a pedido da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato).

O superintendente comenta que um dos grandes gargalos para melhorar o setor é a falta de conhecimento, que impede ganhos maiores de qualidade e crescimento.

O modelo de produção mais utilizado em grande parte de Mato Grosso é o tradicional, focado na criação do gado leiteiro solto no pasto. E, apesar de cada região ter sua realidade de produção e mercado, Celidonio acredita que o modelo deve melhor analisado.

Isso não significa que os produtores devam investir em estruturas de confinamento intensivo ou semiconfinamento, mas que, minimamente, é possível estudar melhor a alimentação do rebanho, incrementando-a, o que já traria ganho na produtividade.

“A produção de leite tem mais possibilidade de crescer em regiões agrícolas. Quem está próximo disso tem um custo menor de produção. Mas, o que mais pode fazer o setor crescer é capital humano, qualidade de trabalho e conhecimento”, afirmou o superintendente do Imea.

Cadeia leiteira em Mato Grosso trabalha de maneira desconexa e Aproleite vem para informar

A cadeia do leite em Mato Grosso

Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mato Grosso produziu em 2011 o volume de 743,2 milhões de litros de leite, o que representa aumento de 5% em relação à produção de 2010.

O estado possui cerca de 20 mil produtores de leite e os principais municípios nessa atividade são Pontes e Lacerda, Araputanga, Guarantã do Norte, Cáceres e Terra Nova do Norte.

Os principais produtos são o leite UHT, leite de saquinho, iogurtes, requeijão, doce de leite e variados tipos de queijo, com destaque para a mussarela, a qual consome quase 50% de todo o leite produzido no Estado.