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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Economia

Novembro começa frio para a comercialização do arroz

Depois de uma queda de 1,4% nos preços em outubro, as cotações do arroz em casca fecharam os oito primeiros dias de novembro mantendo uma trajetória de queda. Segundo o indicador de preços do arroz em casca ESALQ/Bolsa Brasileira de Mercadorias - BM&FBovespa, as cotações do cereal em casca (50kg – 58x10), colocado na indústria e com pagamento a vista, recuaram 0,52% nestes oito dias de novembro, para R$ 38,61. Em dólar, a saca fechou nesta quinta-feira a US$ 18,91 pela cotação cambial do dia.

Os principais fatores para estes preços oscilando entre R$ 38,50 e R$ 38,90 são: o mês mais frio que começou com um feriadão. Na primeira semana em que a comercialização começaria pra valer, a Conab entrou no mercado anunciando um leilão, para esta quinta-feira, com arroz de safras velhas por até R$ 16,00 a saca, com base em uma tabela de deságio, para forçar a comercialização do produto que vem empacando nos pregões. A indústria que ainda tem algum capital para investir, pois boa parte dela já abastecida para os próximos 90 dias, aguardou o leilão. A cadeia produtiva reagiu e, com força política, transferiu o leilão para esta sexta-feira e a média ponderada da saca de arroz do aviso 410, de 72 mil toneladas no RS, passou de R$ 28,20 para R$ 34,60.

Ao mesmo tempo, levantamentos da Conab, as previsões do Irga, centros de meteorologia e da Emater/RS passaram a indicar uma safra praticamente igual à passada no Rio Grande do Sul, graças à recomposição das barragens que estavam com pouca água para a irrigação. Santa Catarina deve praticamente repetir a produção do ano passado, uma vez que em algumas regiões, como Turvo, já têm arroz comercializado a R$ 42,00 na porteira. Raros produtores ainda têm o produto, mas o valor certamente é atrativo e aumenta a expectativa do produtor e os investimentos nos tratos culturais.

O Mato Grosso, que poderia reduzir a área em mais de 30%, com preços médios da saca de 60 quilos a R$ 56,00, começou a repensar este recuo e a queda, se houver, deve ser bem menor. No Mercosul, os governos de Uruguai e Argentina comunicaram também a expectativa de safras similares. O Paraguai deve ampliar área e produção. Ao mesmo tempo, os preços médios ao produtor parecem ter encontrado a sua zona de conforto entre R$ 38,00 e R$ 39,00. Os produtores consideram um preço adequado, o governo também, os varejistas acham que está no limite da alta e a indústria, que tem uma margem de 5% a 8% de lucro, prefere lucrar sobre R$ 50,00 o fardo do que sobre R$ 38,00, obviamente.

O desajuste ainda está no ritmo e nos volumes de liberação de estoques pela Conab, que mostra querer se ver livre do arroz de safras antigas a qualquer preço, uma vez que carregar este arroz por seis, sete anos, já elevou o custo da saca a algo perto de R$ 80,00. Deixar de pagar armazém e se livrar de arroz velho, com quebras, é um bom negócio, antes que o valor deste carregamento de estoque seja ainda maior. Alguns analistas já consideram que a expectativa de uma safra normal, as indústrias abastecidas e um patamar confortável de preços podem manter as cotações estáveis em novembro. Vai depender do movimento de oferta do governo, basicamente. Arroz, nas mãos do produtor, já tem pouco. E o que tem, com qualidade, não chega ao mercado pelas cotações referenciais.

O tempo seco e quente fez com que as máquinas avançassem no plantio no Rio Grande do Sul. Estima-se que mais de 80% da lavoura estará semeada até 15 de novembro se o tempo se mantiver seco. Mas, há previsão de chuvas no estado no final de semana. Todavia, os meteorologistas já estão considerando que o verão será mais seco do que o normal com o enfraquecimento do fenômeno climático El Niño. Principalmente a partir de janeiro. No Sul de Santa Catarina a semeadura está praticamente concluída. No Mato Grosso, recém começando.

SAFRA

Nesta quinta-feira (8/11), a Conab publicou seu segundo levantamento de safra de grãos 2012/13. E a previsão mudou levemente. Com os dados disponíveis em outubro, a companhia prevê safra de arroz entre 0,8 e 1% maior no Brasil. Ela indica produção entre 11,503 e 11,719 milhões de toneladas, o que representa um decréscimo de 0,8% até um avanço de 1% sobre as 11,599 milhões de toneladas de 2011/12. A área cultivada foi estimada de 2,347 a 2,387 milhões de hectares, diante de 2,426 milhões semeados na safra passada. A produtividade das lavouras foi estimada em 4,904 mil quilos por hectare, superior em 2,6% aos 4,780 mil kg/ha do ciclo passado.

O Rio Grande do Sul, principal estado produtor, pode reduzir ou aumentar a produção, segundo análise da Conab, ficando entre 7,64 e 7,79 milhões de toneladas, portanto, pode recuar até 1,4% ou ampliar em até 0,7% a produção. A área prevista é de 1,021 a 1,042 milhão de hectares, com queda entre 3% e 1% sobre os 1,053 milhão de hectares de 2011/12, com rendimento esperado de 7.475 quilos/ha.

Em Santa Catarina, a produção deverá recuar 0,8%, totalizando 1,068 milhão de toneladas. O estado se consolida como o segundo maior produtor do país. Para o Maranhão, em terceiro lugar, a Conab está estimando uma safra de 639 mil toneladas, ante 467,7 mil toneladas calculadas para 2011/12.
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