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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

Notícias | Agronegócio

Produção de cana-de-açúcar para etanol vai inaugurar um novo período no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul, a curto prazo, pode ser um significativo produtor de etanol, destacou o presidente da Emater/RS, Lino De David, na terça-feira (6/11) à noite, durante abertura oficial do Simpósio Estadual de Agroenergia, que acontece até a próxima quinta-feira (8/11), no Centro de Eventos da Amrigs, em Porto Alegre. Representando o Governo do Estado e a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, De David defendeu o interesse do governo na produção de etanol com sustentabilidade econômica, social e ambiental.

“A produção de cana-de-açúcar para etanol vai inaugurar um novo período para a autonomia do Estado”, disse, ao observar a qualidade das nove variedades apresentadas por pesquisador da Universidade Federal do Paraná, que indicam boa rusticidade, tolerância ao estresse hídrico, crescimento rápido, sanidade vegetal e média tolerância ao frio. “O desafio é que a cana seja mais uma alternativa de produção para a agricultura familiar”, anunciou De David.

A abertura oficial aconteceu logo após a assinatura de convênio de cooperação técnica firmado entre a Ridesa, representada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e a Embrapa, através da unidade de pesquisa Clima Temperado, de Pelotas. Além de formalizar a parceria já existente, o convênio define a realização de pesquisas relacionadas ao desenvolvimento de tecnologias agronômicas e industriais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, desenvolvimento de novos insumos e formação de recursos humanos.

Participaram da abertura o diretor técnico Gervásio Paulus, técnicos, extensionistas e assessores da Emater/RS-Ascar, além dos representantes dos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Gerardo Fontelles, e do Desenvolvimento Agrário (MDA), Nilton Pinho De Bem, da Assembleia Legislativa, deputado Heitor Schuch, e da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Dilson Bisognin. Também participaram o presidente da Fepagro, Danilo Rheinheimer dos Santos, o diretor de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Jr, o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia, José Manuel Cabral de Sousa, o chefe geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, e o professor chefe do Departamento de Solos da UFSM, Sandro Giacomini.

DEMANDA CRESCENTE

A produção de cana-de-açúcar, até então voltada para a alimentação animal e a soberania alimentar das famílias, passa a ocorrer em escala industrial, com o objetivo de atender à crescente demanda, observa De David, ao destacar a necessária mecanização das lavouras. “Além do meio rural estar com menos mão-de-obra, é preciso investir na capacidade de operar o corte e a colheita da cana, a parte mais dura dessa produção”, analisou o presidente da Emater/RS.

Para o professor Giacomini, o aumento da produção de cana-de-açúcar deve ser feito por uma agricultura de baixo carbono, como forma de minimizar os impactos sociais e ambientais. Ele também elogiou a realização paralela da 4ª Reunião Técnica de Agroenergia, por favorecer a troca de experiências e conhecimentos na produção de biocombustíveis no RS, especialmente de etanol.

Novas alternativas de produção de alimentos, energia e fibras devem ser pesquisadas e encaixadas nos atuais sistemas de produção, defendeu o presidente da Fepagro, ao dizer acreditar nas chamadas produções complementares e ao colocar as estações da Fundação à disposição para novos experimentos com cana-de-açúcar.

A diversificação da matriz produtiva no RS foi defendida por Waldyr Stumpf Jr, que elogiou a capilaridade da Emater/RS-Ascar no desenvolvimento da agricultura gaúcha. “Há potencial para melhorarmos a geração de renda e garantirmos a segurança alimentar da agricultura familiar”, observou.

Segundo o representante da Seapa, a Secretaria criou, em 2011, a Câmara Temática da Agroenergia. “Assim, nossa expectativa é que o RS assuma uma melhor posição na produção de biomassa e biocombustíveis no cenário nacional”, disse Bisognin.
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