O ministro da Agricultura Neri Geller disse nesta quinta-feira (21.8) que ninguém está autorizado por ele a falar em nome do governo federal a respeito de datas para a implantação do refúgio nas lavouras para o combate às pragas em Mato Grosso, prática esta que ainda não é regulamentada no país.
Segundo Neri, o texto da Instrução Normativa, que valerá para a safra 2014/2015, deve estar concluído dentro de 15 dias. Sem citar nomes, porém, o ministro disse que as discussões sobre a implantação do refúgio em qualquer estado estão sendo feitas pelo governo juntamente com o setor produtivo.
“O que tem de absolutamente concreto é que ninguém está autorizado a falar em nome do Ministério da Agricultura sobre o refúgio da soja nem em Mato Grosso e nem em nenhum outro estado. O nosso grupo de trabalho na Secretaria de Defesa Agropecuária, que tem como secretário adjunto o (Marcos de Barros) Valadão, está conduzindo este processo”, afirmou em entrevista exclusiva ao
Olhar Direto.
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O objetivo da técnica do refúgio é garantir à suscetibilidade dos insetos às toxinas do plantio transgênico. No entanto, se a área não for delimitada corretamente, o uso da tecnologia Bt corre o risco de se tornar ineficiente, uma vez que pragas mais resistentes podem se desenvolver.
Geller reiterou também que um corpo técnico formado por representantes da SDA da Embrapa e de outros órgãos de pesquisa está avaliando os procedimentos a serem adotados para a adoção do refúgio nas lavouras para conter o avanço de pragas sobre sementes transgênicas.
“Isso não vai vir do Estado. Isso vai ser para o país inteiro e não vai ser regionalizado. Não vai ser tomada absolutamente nenhuma posição sem se discutir com o setor. Nós vamos chamar todo o setor para dentro e vamos avaliar para defender a produção. Está dando muita polêmica desde abril e não tem absolutamente nada definido. Nós vamos tomar decisões a partir de dados científicos”, frisou ele a respeito da pressão exercida por produtores e entidades para a adoção do sistema.
O ministro não confirmou a informação publicada no site do Mapa de que o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do Mapa, Luís Eduardo Rangel, se reuniria com representantes de associações de produtores e empresas de biotecnologia com o objetivo de documentar o processo de elaboração da norma para as áreas de refúgio.