A pecuária brasileira foi contemplada com três linhas de financiamento no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/2015. Uma das linhas é destinada para a aquisição de animais para engorda em regime de confinamento, outra para retenção de matrizes e uma terceira para a aquisição de matrizes e reprodutores. Segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a linha para a retenção de matrizes já havia sido solicitada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O PAP 2014/2015 disponibilizará R$ 156,1 bilhões, volume 14,7% maior que os R$ 136 bilhões o atual ciclo. Do montante destinado para a próxima safra para financiamento de custeio e comercialização serão disponibilizados R$ 112 bilhões, enquanto que para programas de investimentos R$ 44,1 bilhões.
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A linha para a retenção de matrizes declarou o ministro Neri Geller, durante o lançamento do PAP 2014/2015 ontem (19), tem prazo de três anos para pagamento. No caso da linha para a aquisição de matrizes e reprodutores o limite de captação é de R$ 1 milhão por beneficiário com até cinco anos para pagamento, sendo que dois anos serão de carência.
O objetivo com as três linhas de financiamento é aumentar a oferta de carne, principalmente a linha para a aquisição de matrizes e reprodutores.
Para a Acrimat as três linhas disponibilizadas vem de encontro com as necessidades dos pecuaristas. A entidade frisa que a linha de retenção de matrizes era solicitada há muito pelo setor em decorrência ao crescente abate de fêmeas nos últimos dois anos, o que provocou uma escassez de bezerros.
“Houve uma participação muito grande de fêmeas nos abates dos últimos dois anos. Agora passamos por um momento de alta no preço dos bezerros justamente porque houve redução na oferta. Com esta linha garantimos aos pecuaristas uma alternativa de renda, ao mesmo tempo que mantém as matrizes no rebanho”, declarou o vice-presidente da Acrimat, Guilherme Nolasco.
Porém, de acordo com Nolasco, o PAP ainda destina 72% para custeio e comercialização e como a pecuária é uma atividade de longo prazo seria preciso dar atenção maior para linha de investimento. “Precisamos de investimentos em tecnologia para fazer recuperação e reforma de pastagem nas áreas que serão integradas à lavoura. A expansão da agricultura no Estado passa pela pecuária. Por isso reivindicamos mais linhas de médio e longo prazo”, explicou o vice-presidente da Acrimat.
De acordo com o boletim semanal de bovinocultura do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), entre janeiro e abril 1,829 milhão de cabeças de bovinos foram abatidos, dos quais 50% eram fêmeas. Em abril das 442,3 mil cabeças abatidas 53% eram fêmeas