Produtores de trigo esperam uma rápida decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre os pleitos apresentados ao governo em dezembro, entre eles a elevação do preço mínimo de garantia e a sinalização de recursos para ampliação do seguro rural e comercialização da safra 2014. 'O Conselho se reúne geralmente na última quinta-feira do mês, mas a gente espera que haja uma reunião extraordinária antes', disse nesta terça-feira, 11, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, Flávio Turra.
A expectativa da câmara setorial, que reúne representantes do setor produtivo, indústria e governo, é de que o CMN aprove reajuste de 16% do preço mínimo de garantia do trigo, hoje de R$ 531 a tonelada; aumento nos valores de subvenção do seguro rural - de R$ 60 milhões em 2013 - e para comercialização (R$ 430 milhões no ciclo passado), além de medidas para barrar a entrada de derivados de trigo importados - especialmente a farinha de trigo argentina. O preço mínimo de garantia é usado como referência para políticas públicas, como na compra do trigo para formar estoques reguladores. Já a reivindicação sobre a adoção de barreiras à farinha argentina se deve ao fato de que no país vizinho o imposto sobre o grão é superior ao que incide nas vendas externas de farinha e mistura de trigo. O Brasil é um importador de trigo em grão - em 2013 o volume chegou a quase 70% das necessidades de moagem dos moinhos - e a Argentina é um dos seus principais fornecedores.
A Câmara Setorial dos Cereais de Inverno faz nesta terça no Ministério da Agricultura sua primeira reunião do ano e cobra o atendimento desta pauta pelo governo. A promessa era de que os temas seriam discutidos em fevereiro, antes do início do plantio, iniciado ontem em algumas regiões produtoras.