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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

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Rentabilidade da cafeicultura desaba com a baixa de preços

Com a queda dos preços do café este ano depois dos recordes de 2011, quando superaram US$ 3 a libra-peso na bolsa de Nova York, a rentabilidade média da cafeicultura brasileira está até 40% menor, dependendo do modelo de produção.

Segundo cafeicultores, a remuneração atual se aproxima dos patamares de 1994 a 2009, quando as cotações ficaram estagnadas e os custos cresceram expressivamente. Como "ativo financeiro", o café também não tem sido um bom negócio este ano, na avaliação de Gil Barabach, analista da Safras & Mercado. O preço médio da saca de 60 quilos no Sul de Minas, tradicional região produtora de café de qualidade, caiu 24% até o fim de setembro em relação ao mesmo período de 2011. Descontada a inflação, a perda foi de 29,4%. No ano passado, o valor médio da saca variou entre R$ 502 e R$ 503, enquanto em 2012 está em R$ 403. Mas, ainda assim, supera a cotação média de 2010 (R$ 314).

Os produtores reclamam que os custos aumentaram muito. Armando Matielli, presidente da Sincal (Associação dos Sindicatos dos Produtores de Café), afirma que os custos diretos com mão de obra, por exemplo, saltaram cerca de 30% nesta safra 2012/13 ante a temporada passada. Aliados aos preços mais baixos - atualmente entre R$ 350 a R$ 400 a saca do arábica na média nacional, contra R$ 500 no ciclo passado -, a rentabilidade caiu de 30% a 40%, pelos seus cálculos. Matielli afirma que o custo de produção nas regiões serranas, que representam 72% do parque cafeeiro brasileiro, está entre R$ 400 e R$ 450. Somente o custo médio com a colheita está em torno de R$ 250 por saca.

É justamente o modelo de cafeicultura que pode significar remuneração maior ou menor, na avaliação de Breno Mesquita, presidente da Comissão de Café da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Mas ele acredita que os atuais preços domésticos, de maneira geral, ainda são remuneradores para o segmento.

A cafeicultura mecanizada está trabalhando no azul enquanto a montanhosa, que apresenta custos de produção mais altos, está apenas cobrindo o custo operacional, acrescenta Mesquita. A rentabilidade deste ano também foi influenciada pelas chuvas atípicas na colheita, que prejudicaram a qualidade do grão, acrescenta Matielli.
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