Declividades acentuadas em parte da Fazenda Cristalina e forte expressão de pedras sobre o solo determinam certa restrição ao uso da terra pelo produtor rural. Nesta terceira etapa do projeto no bioma Amazonas, em Marabá (PA), os pesquisadores pretendem utilizar a força que a própria natureza tem de regeneração e crescimento das espécies e reunir técnicas para recuperar o terreno. “Para isso, é preciso conservar os recursos hídricos e também o solo de forma que a gente possa compatibilizar toda questão ambiental com a produtiva”, explica o pesquisador da Embrapa Agrobiologia e doutor em recuperação de áreas degradadas, Alexander Resende.

“A ideia agora é tentar a revegetação deste solo e trazer o mais próximo que foi da situação antiga, protegendo toda área e impedindo esse processo erosivo”, afirma Renato Dedecek, engenheiro agrônomo e doutor em Agronomia.

Outro processo bastante destacado que promove erosão é o acesso do gado à água dos rios. O pesquisador Alexander Resende ressalta que raramente os produtores rurais trabalham com seus bebedores fora do rio, mas trilham um caminho para os bois, o que acaba formando um direcionamento para a erosão do solo. “Aquela água límpida vai entrar em contato com as fezes e urina do animal, gerando automaticamente algum tipo de contaminação que pode provocar a eutrofização dessa água. Não é o gado o problema, mas sim a forma errônea que foi manejado. Infelizmente, essa é uma prática comum em todo o Brasil”, destaca Resende.

Sobre o Projeto Biomas

O projeto é uma parceria entre Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os estudos já estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros. Os pesquisadores buscam soluções para a produção sustentável de alimentos, a partir da reintrodução da árvore nas propriedades rurais do Brasil. O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto, John Deere e Vale Fertilizantes.