Neste ciclo, o 2013/14, é esperada uma grande disponibilidade de cana-de-açúcar que tende a ser convertida, em sua maior parte, para a produção de etanol, dado o derretimento das cotações internacionais do açúcar. Por isso, é tão importante para o setor fazer o mercado de etanol decolar.
Mas, apesar do recuo dos preços do biocombustível nos postos, a demanda não deslanchou. No mês de junho, as unidades produtoras do Centro-Sul venderam 1,030 bilhão de litros de hidratado, 3,28% abaixo do registrado em maio, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar.
Com a isenção do PIS/Cofins sobre o etanol, concedida pelo governo no fim de abril, a expectativa era de que o motorista brasileiro, até então demandando de 800 milhões a 900 milhões de litros por mês, ampliasse seu consumo em 30%. Isso significaria algo próximo de 1,2 bilhão de litros de etanol mensais, informa o presidente da comercializadora de etanol SCA Trading, Martinho Seiiti Ono. "Mas as vendas das usinas estagnaram na casa dos 1 bilhão de litros desde abril", diz o executivo.
Ele acredita que as chuvas ocorridas a partir do fim de maio atrapalharam a trajetória de queda do preço do etanol na usina e, por consequência, nos postos de combustíveis. Para ser considerado vantajoso ao motorista abastecer com etanol, o preço do biocombustível tem que equivaler a no máximo 69% do preço da gasolina.
Essa paridade, afirma Ono, estacionou em 65% no Estado de São Paulo, o maior mercado do país. "Esperamos que nas próximas semanas, com o clima mais seco, os preços recuem na usina e essa paridade vá a 63% ou 62%, o que deve estimular o consumo", diz.
A venda de etanol 10% maior em junho do que em maio pelas associadas do Sindicom é resultado de um ganho de participação dessas empresas. Isso porque, segundo Ono, diminuiu a concorrência desleal, ou seja, as distribuidoras que sonegavam total ou parcialmente Pis/Cofins perderam "competitividade" em etanol com a isenção.