Analisando-se, no gráfico abaixo, como anda esse consumo entre os países desenvolvidos e aqueles ainda em desenvolvimento, é notória a perversidade da distribuição, visto que o consumo dos primeiros se encontra 150% acima do consumo registrado nos países em desenvolvimento.
Nas projeções FAO/OCDE, até 2022 o consumo dos países em desenvolvimento cresce mais celeremente que o dos desenvolvidos – 10,4% contra 4,3%. O que não vai eliminar a grande distância existente entre um bloco e outro.
Nesse cenário, o consumo de carnes dos brasileiros pode ser considerado extraordinário, pois supera até mesmo o dos países desenvolvidos. Assim, de acordo com estimativas da CONAB, em 2012 alcançou, considerada a disponibilidade aparente, 96,3 kg per capita, o que corresponde a praticamente o triplo da média mundial e a 50% a mais que o consumido nos países desenvolvidos.
Tais constatações sugerem que se encare com alguma reserva as projeções da AGE/MAPA de que o consumo global de carnes dos brasileiros tende a aumentar 31,1% até 2023. Porque o projetado implica em um consumo médio superior a 110 kg per capita de carnes, correspondendo a um volume cerca de 65% superior ao projetado pela FAO/OCDE para os países desenvolvidos.
Será que alcançaremos esse status dentro de uma década? Ou, melhor ainda: será que há espaço [no consumidor] para tão grande volume per capita de carnes?