Usada como fonte de energia para o setor industrial, a produção de eucalipto em Mato Grosso cresceu 4 vezes nos últimos 12 anos. Este ano, a produção está estimada em 2,5 milhões de toneladas, contra 500 mil (t) no ano 2000. Área cresceu de 20 mil hectares para 100 mil (ha) no mesmo período e a tendência, agora, é de estabilidade. Os dados são da Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta/MT) e segundo o presidente, Fausto Takizawa, a não perspectiva de aumento na área é motivada pela concorrência com outras madeiras, usadas como fonte energética.
Nos últimos anos a produção deu um salto expressivo, o que conforme Takizawa é explicado por 3 fatores. O primeiro deles está relacionado ao crescimento na produção de grãos e carnes no Estado. “As indústrias do agronegócio precisam de calor (energia) para executar diversos procedimentos como a secagem de grãos e aquecimento de caldeiras, e o eucalipto é uma madeira barata”, diz ao acrescentar que a espécie é a mais indicada à essa finalidade pela característica sustentável.
O segundo fator se refere ao avanço tecnológico, já que as mudas são produzidas com tecnologia avançada, com ganho de produtividade. Já o terceiro motivo está relacionado à oportunidade de se montar um polo industrial em Mato Grosso, usando o eucalipto para fabricação de MDF, compensando ou mesmo madeira serrada. “Isso ainda não existe aqui, mas têm empresas iniciando a sondagem para o desenvolvimento da indústria de base florestal em Mato Grosso, o que será efetivamente possível com a redução dos empecilhos à atividade envolvendo as questões fundiária, ambiental e logística.
Quem inicia o cultivo de eucalipto focado no processamento pela indústria local é a CooperFlora Brasil, que tem sede em Rondonópolis e reúne 40 produtores que cultivam a espécies em vários municípios de Mato Grosso como Rondonópolis, Tangará da Serra, Dom Aquino, Santo Antônio de Leverger, Cuiabá (região do Manso), Itiquira, Alto Araguaia, Alto Garças, Jaciara, Campo Verde e Pedra Preta, além de Mato Grosso do Sul, na cidade de Sonora e Goiás, no município de Santa Rita do Araguaia.
“A cooperativa foi formada há um ano e desde então estamos trabalhando na busca de tecnologia e novos mercados para a madeira, que pode ser usada como compensado, MDF para móveis e na construção civil, além do agronegócio”, explica o presidente da cooperativa, Gilberto Goellner, que na última semana visitou indústrias no litoral baiano que usam a madeira do eucalipto na fabricação de janelas e móveis.
A cooperativa tem uma área plantada estimada em 20 mil hectares (nos 3 estados), sendo que 70% está em Mato Grosso, 20% no Mato Grosso do Sul e 10% em Goiás. São lavouras de 2 a 5 anos, mas cujo corte poderá ser feito a partir do 6º ano, devido à qualidade das mudas.
Participação - Para se ter uma ideia da participação do eucalipto na produção de madeira sustentável e para geração energética em Mato Grosso, o proprietário do Viveiro Flora Sinop, Jaldes Langer, afirma que de um total de 6 milhões de mudas produzidas por ano, 4,7 milhões são de eucalipto.