Nem La Niña, nem El Niño. Depois que, nos últimos meses, os prognósticos climáticos indicaram que a safra 2012/13 seria beneficiada por chuvas em razão do fim da atividade do fenômeno La Niña, causador de seca na região Sul do País, e o início do La Niño, que traria chuvas em volumes normais, a situação se modificou.
Os meteorologistas não têm boas notícias. De acordo com Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o cenário é de neutralidade climática, o que significa dizer que os produtores podem não ter uma safra tão ruim quanto a do ciclo 2011/12, mas nada indica que suas lavouras receberão as chuvas nos níveis que eles estavam aguardando.
“O El Niño não veio”, afirmou Lazinski nesta segunda-feira (29-10) ao jornalista Sérgio Mendes, em entrevista ao programa CBN Rural, da Rádio CBN Maringá. Segundo ele, uma das características dessa situação é a distribuição irregular das chuvas, com boas precipitações em alguns lugares e poucas em outros. Ele disse que há entre 80% e 90% de probabilidade de acerto quanto à estimativa de diminuição da umidade a partir de dezembro.
Enquanto os produtores do Sul do Brasil estão semeando a safra de olho nas nuvens, na Argentina os agricultores não conseguem distribuir as sementes do ciclo de verão por causa do excesso de chuvas, que deixa o solo encharcado.