Os avicultores de Terenos, no sul de Mato Grosso do Sul, pedem ajuda para renegociar as dívidas. Sem ter para quem fornecer, eles tiveram que interromper a atividade e só restaram financiamentos em atraso.

O agricultor Vitacir Fantini, que prepara as mudas de guariroba, foi um dos pioneiros na produção de aves em Terenos, município que fica 30 quilômetros de Campo Grande. A cada dois meses, 75 mil animais saem dos três galpões de criação para o frigorífico. Ele diz que os problemas começaram há quatro anos. O único frigorífico de frangos, que ficava em Campo Grande, abriu falência. Outra empresa, que assumiu o compromisso com os produtores, ficou apenas um ano e sem contrato direto de fornecimento. Faltou ração e animais para engorda.

Alguns produtores firmaram uma parceria com outro frigorífico, que fica no sul do estado, para tentar continuar com a criação, mas a distância para o transporte dos animais acabou inviabilizando o negócio e restaram dívidas para os 46 produtores da região de Terenos. Vitacir Fantini não tem como pagar os R$ 70 mil que deve ao banco.

O criador Valdomiro Fantini, que nunca havia cuidado de vacas leiterias, tem 22 animais que sobraram para ocupar os dez hectares reservados para a criação de aves. O galpão de 1,2 mil metros quadrados construído em madeira de qualidade ficaram apodrecendo. “Eu estou tirando para o sustento meu e da minha família. Eu tenho que melhorar”, diz.

Para manter a família, o criador destruiu dois barracões que já tinham sido pagos. Um deles virou estufa para o plantio de pepinos e pimentões. No outro foi instalado um sistema de irrigação onde crescem tomates que o agricultor pretende vender na região. Nada pode ser vendido no galpão que ainda pertence ao banco.

O presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário das Colônias de Terenos, Marcos Alberto Nucci, possui um documento no qual pede ajuda para a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul e Secretaria Estadual de Produção. Além de incentivos para que outras empresas vão para a região, os produtores querem a renegociação das dívidas.

A Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul informou que já trabalha junto com a Secretaria de Produção do estado para buscar alternativas para resolver o problema e viabilizar novamente a avicultura na região.