A introdução de atividades que valorizaram a produção agrícola é outro dos motivos do sucesso no Distrito de Entre Rios, no município de Guarapuava, no Paraná. A organização dos imigrantes ao redor da cooperativa possibilitou a construção de uma fábrica de malte, uma unidade de ração, um moinho de trigo, uma processadora de óleo e farelo de soja e, neste ano, está em construção uma beneficiadora de milho.
As fábricas são fornecedoras de empresas como Nestlé, Nissin e Pepsico. A maltaria é a maior do país e produz um quarto do malte usado pelas cervejarias brasileiras.
“A verticalização do negócio trouxe mais rentabilidade, e isso nos permitiu investir 3,5 milhões de reais em pesquisa no ano passado”, diz André Spitzner, gerente agrícola da Agrária. “As exigências dos clientes são cada vez maiores. Com a pesquisa, permanecemos atualizados para atender à demanda do mercado”, afirma Karl.
Os resultados de núcleos de excelência, como Entre Rios, são responsáveis por impulsionar o desempenho da agricultura brasileira — neste ano, a colheita de grãos bateu novo recorde, com 166 milhões de toneladas, 2% mais que na safra passada. Mas esses núcleos ainda não são a regra do país. “A presença de bolsões de alta produtividade e tecnologia de ponta convive com áreas que produzem para a subsistência”, diz José Vicente Ferraz, diretor da consultoria Informa Economics-FNP.
Para o próximo salto de produtividade brasileira no campo, será preciso que os bolsões de eficiência se multipliquem. Os imigrantes alemães de Entre Rios já fizeram sua parte.