Um dos motivos do êxodo rural é a falta de oportunidades geradoras de renda e a baixa qualidade de vida para o jovem permanecer no campo. Jones Klock, filho do senhor Ambrósio e Dona Teresinha, donos de uma pequena propriedade de 16 hectares, produtora de leite na região das Missões no Rio Grande do Sul, conhece esse realidade de perto. Jones vinha insatisfeito, inclinado a deixar a zona rural e buscar melhores condições nos centros urbanos, dada sua intensa rotina diária, quando já não tinha tempo para outra coisa senão “servir o rebanho”.
A fazenda trabalhava com um sistema de semi-confinamento, onde os animais passavam boa parte do tempo na sala de alimentação e chegavam a receber até 35 kg de silagem por vaca ao dia. Após um ano da chegada da metodologia PISA em sua propriedade, Jones observou uma redução de 57% na oferta diária de silagem. A estratégia adotada, aliada ao adequado planejamento forrageiro e bom manejo do pastoreio, permitiu ainda dobrar a área disponível para pastos de verão. Os resultados mostraram um aumento de 19% no número de vacas em lactação e um sensível aumento na produção diária por cabeça.
A saída do campo é um problema da sociedade, mas que pode começar a ser resolvida no núcleo familiar com modos adequados de trabalho e produção. Esta é uma das metas do Programa de Produção Integrada de Sistemas Agropecuários (Pisa), uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para difusão de tecnologias de adequação do processo produtivo de propriedades rurais.
"O Programa visa à produção de alimentos seguros e de alta qualidade, dando condições aos pequenos e médios produtores consolidarem seus filhos e netos na terra, evitando o êxodo rural e o inchaço nas periferias dos centros urbanos", explica o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Caio Rocha. Corresponde-se, assim, com uma das maiores expectativas mundiais: que o Brasil continue desempenhando o papel de grande produtor e exportador de alimentos para o mundo.