As lagartas Helicoverpa spp. têm sido uma preocupação para os produtores de algodão e outras culturas em Mato Grosso e demais estados. Durante o 9º Congresso Brasileiro de Algodão, que acontece em Brasília de 3 a 6 de setembro, o tema será amplamente debatido, com a presença de um especialista australiano no combate à praga, o pesquisador entomologista David Murray, do Farming Systems Institute, da Austrália.
O país é reconhecido por praticar um manejo eficiente no combate a pragas, especialmente as do gênero Helicoverpa (Helicoverpa armigera e Helicoverpa punctigera). Murray atua junto ao governo de Queensland, na Austrália, há mais de 38 anos. Ele passou os últimos 30 anos trabalhando em estreita colaboração com o setor do algodão australiano em Emerald e Toowoomba, voltado às questões de manejo integrado de pragas.
Principais temas da cotonicultura serão debatidos durante os 4 dias do 9º Congresso Brasileiro do Algodão
Esta discussão torna-se extremamente importante e necessária neste momento em que a lagarta já causou na safra 2012/2013 um prejuízo que pode chegar a R$ 1,5 bilhão nas lavouras de algodão da Bahia.
Em Mato Grosso, apesar de não ter ocorrido o mesmo problema, a praga vem sendo identificada e, conforme já alertou o pesquisador Miguel Soria, entomologista do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) em entrevista ao Agro Olhar, este fato pode ser diferente na próxima safra se medidas proativas de controle não forem tomadas, em função do aumento populacional da praga que se observa na entressafra atual.
Como o ataque deste tipo de lagarta é novidade, os produtores brasileiros ainda não estão munidos de conhecimento suficiente para o combate, tampouco de defensivos liberados no país, os quais estão sendo importados em medida de emergência.
Produtores devem ficar atentos ao controle de Helicoverpa para evitar aumento da praga na próxima safra
Conforme contouDavid Murray à organização do congresso, raramente utiliza-se inseticida para o combate às lagartas do gênero na Austrália. O controle da praga é realizado através do uso de variedades do algodão geneticamente modificado Bollgard II®.
Segundo Murray, quase todo o cultivo de algodão ocorre dessa forma na Austrália. "Para que a eficiência da tecnologia pudesse ser preservada até hoje, um Plano de Manejo de Resistência de Helicoverpa spp. à Bollgard II foi elaborado e é seguido à risca pelos produtores desde o início do cultivo da tecnologia", explicou.
O plano de manejo australiano, em todos os seus detalhes, será um dos destaques nas discussões sobre o controle da Helicoverpa spp. durante o 9º Congresso Brasileiro de Algodão. Mais informações sobre o evento
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