Autoridades agropecuárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estudam mecanismos de apoio à prática de agricultura irrigada. O objetivo é garantir a qualidade e o aumento da produção agropecuária fazendo o uso consciente da água e da energia.
Segundo o chefe da Divisão da Agricultura Irrigada do Mapa, José Silvério, as atividades relacionadas à agropecuária são as que mais usam os recursos hídricos. “Estima-se que de mil a 3 mil m3 de água são utilizados para produzir uma tonelada de alimentos de origem vegetal”, disse Silvério.
Ele reforça que o consumo de água para produzir um hectare de grãos está em torno de 10 mil m3. Esse número chega a ser cinco vezes maior para alimentos de origem animal. De acordo com Silvério, a tecnologia de irrigação intensifica o uso dos solos reduzindo a pressão por abertura de novas áreas, o que contribui para preservação ambiental.
No Brasil, dos 60 milhões de hectares de área plantada, cerca de 4,7 milhões utilizam a prática de agricultura irrigada. Estudos mostram que o método permite a produção de mais de uma safra anual e minimiza os problemas climáticos, especialmente em época de estiagem.
José Silvério explica que é notório o aumento de produtividade das culturas e pastagens onde se utiliza essa tecnologia. “Cada hectare irrigado corresponde a três hectares de sequeiro em termos de produtividade física e sete hectares em termos de produtividade econômica”, explicou.
O Plano Brasil Maior atribui ao Mapa à responsabilidade de aperfeiçoar o desenvolvimento tecnológico da agricultura irrigada e sua difusão. Por este motivo, está em processo de análise no ministério o Programa de Incentivo da Agropecuária Irrigada (Pro-Irriga), que pretende ampliar a área irrigada, a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas.