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Terça-feira, 05 de novembro de 2024

Notícias | Agronegócio

Colheita avança e traz alívio ao Paraná

As chuvas do fim de semana afastaram o risco de a colheita de verão repetir o drama em que se transformou a safra de grãos no Sul do país no ano passado. Do Noroeste ao Sudoeste do Paraná, onde o trabalho de retirada da produção do campo avança mais rapidamente, os resultados confirmados pelos produtores chegam ao dobro e até ao triplo dos registrados um ano atrás. Nas demais zonas agrícolas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o setor acompanha o desempenho das plantações ainda verdes e espera mais chuva.


A colheita vai chegar a 50% da área plantada no arco Oeste do Paraná nos próximos dias. Nessa região, a Expedição Safra Gazeta do Povo acompanhou o trabalho de campo de Cidade Gaúcha, perto da divisa com Mato Grosso do Sul, até Pato Branco, próximo a Santa Catarina. Dos 11 municípios do Paraná que plantam mais de 50 mil hectares, sete ficam nessa grande zona agrícola.

A região de Umuarama (Noroeste) espera registrar salto de 1,6 mil para 3,2 mil quilos por hectare de soja, apontou Élcio Fernandes, da unidade regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). O volume colhido em 22 municípios promete aumentar de 160 mil para 350 mil toneladas. Na região de Toledo (Oeste), a expectativa é que os 450 mil hectares plantados rendam 1,54 milhão de toneladas, contra 640 mil registrados em 2011/12, numa área 2% menor, disse o técnico Paulo Oliva. De Cascavel (Oeste) a Pato Branco (Sudoeste), as variações são menos expressivas, mas confirmam essa tendência de recuperação, que aponta para uma safra gigante.

André Pioto, de Assis Chateaubriand, tem alcançado até 3,9 mil quilos em áreas que renderam 2,4 mil quilos de soja por hectare um ano atrás. Ele plantou ainda em setembro e a lavoura enfrentou, na fase inicial, três semanas sem chuvas, mas a antecipação fez com que as plantas chegassem à fase final antes do veranico de janeiro.

Em Toledo, Laurindo Carnielo colhe 3,7 mil quilos/ha em áreas que renderam apenas 1 mil quilos/ha em 2012. Isso mesmo sob pressão de ervas daninhas como a buva. Em 170 hectares, sua média deve ser de 3 mil quilos/ha, porque parte da lavoura foi impactada pelo veranico de janeiro.

Em Ubiratã, Célio Casta­­nheira Martins confirma aumento na produtividade de 2,5 mil para 2,9 mil quilos/ha. Não é o índice que ele esperava, mas um resultado que garante rentabilidade. Com a saca a R$ 58 , a margem líquida chega a 50%, mas a remuneração pelo capital investido é baixa, avalia Martins. Com o hectare de terra valendo até R$ 45 mil na região, são necessárias 30 safras para cobrir o valor do imóvel.
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