Depois de permanecer anos – mais de 18 – sem conseguir acompanhar a inflação registrada no Brasil, o frango vivo encerrou 2012 com um valor que o colocou muito próximo dos índices inflacionários acumulados desde a implantação do real no País. E o “milagre” deveu-se, indiretamente, aos altos custos: ao forçarem o setor a reduzir a produção, eles criaram nova relação entre oferta e procura.
Pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas, nos poucos mais de 18 anos decorridos desde meados de 1994, quando o real se tornou a moeda oficial brasileira, a inflação acumulada somou 503,28 pontos (agosto/94 = 100), o que, dito de outra forma, significa que apresentou variação de 403,28%. Pois nesse mesmo período o frango vivo – que, há exatamente um ano, alcançava preço 200 pontos percentuais aquém do IGP-DI – chegou a dezembro de 2012 com uma variação de 391,67%. Assim, encerrou o exercício com apenas 11,6 pontos percentuais abaixo da inflação, superando (ainda que por pequena margem) até mesmo o milho, que acumulou no período variação de 365,67%.
O ovo, infelizmente, continua com um desempenho substancialmente inferior àqueles obtidos pelo frango e pelo milho. Assim, ainda que em dezembro de 2012 tenha obtido o melhor preço médio de todos os tempos, chegou ao fim de mais um exercício com variação de preços da ordem de 193,27%, quase 210 pontos percentuais aquém da inflação.
É importante ressalvar, de toda forma, que os índices registrados para frangos, ovos e milho referem-se a momentos específicos, ou seja, refletem apenas uma variação ponto a ponto – neste caso, entre agosto de 1994 e dezembro de 2012. Assim, por exemplo, ainda que o frango tenha encerrado o período com um preço médio quase 40% superior ao de um ano antes, essa valorização se aplica apenas ao mês de dezembro.
Porque, na média anual, a valorização da ave viva não passou de 8,3%, ficando apenas 0,2 ponto percentual acima da inflação acumulada em 12 meses (8,10%).