A diversidade na produção rural é um dos ingredientes que pode segurar o homem no campo, reduzindo desta forma os índices da migração do interior para os meios urbanos. Mesmo sendo indicado ao pequeno produtor do campo possuir dentro da sua propriedade fontes alternativas de rendas, técnicos orientam o agricultor a ter sempre um ganho principal, aquele que possa garantir um movimento financeiro maior. A piscicultura pode ser uma das alternativas da diversidade produtiva para o agricultor da região, que por décadas investiu na monocultura pelo plantio da soja.
A atividade de produção de peixes pode ser desenvolvida, inclusive, em áreas que impossibilitam o cultivo de grãos. De acordo com a bióloga e responsável pelo setor de bem estar social da Emater-RS, Odete Finck, no município de Chapada existem exemplos de que a produção de peixes pode garantir boa lucratividade. “A piscicultura pode ser até a principal atividade de uma propriedade rural se for tudo muito bem organizado”, disse a bióloga.
Segundo ela, hoje no município já está em funcionamento uma pequena empresa, que trabalha no processamento industrial de peixes, fazendo para venda interna filés de tilápia. “Seguindo o exemplo de outras atividades, o peixe também pode ter direcionamento para o ramo industrial, bem próximo do local onde ele é produzido. A agroindústria que temos aqui abre espaço para a produção do peixe em açudes locais”, salienta a bióloga.
De acordo com Odete, outro bom exemplo de negócio envolvendo a piscicultura no município são os tanques produtores de alevinos, que são repassados a outros produtores que trabalham no processo de terminação do peixe. “O produtor, que recebe o alevino, tem a garantia de compra do peixe pelo próprio parceiro do negócio que, além do alevino, repassa a ração alimentar dos cardumes”, explicou. Os animais prontos têm como destino os pesque-pague da região. O quilo das espécies de carpas é comercializado a R$ 6,00 e o filé de tilápia a uma média de R$ 16,00, o quilo.
No município de Chapada a carne de peixe já faz parte da merenda escolar dos alunos. Conforme a nutricionista da Secretaria Municipal de Educação, Josiane Dalpiaz, o peixe já está chegando na merenda de 800 crianças. “Estamos aos poucos criando o hábito delas serem futuras consumidoras desta carne que é uma excelente fonte de alimentação”, disse a nutricionista.
Na merenda das crianças é servido filé de peixe assado e também as mini-pizzas. Segundo Josiane, a aceitação do peixe por parte dos estudantes é muito boa. “Certamente estas crianças vão crescer sabendo que existem outros tipos de carnes saborosas que podem ser consumidas com a mesma freqüência das outras”, completou.
