Em várias regiões do Brasil, a queda constante de energia elétrica ou mesmo a falta de linhas disponíveis para transmissão têm significado prejuízo para produtores rurais São perdas de produtos como leite e derivados, que necessitam de energia para armazenamento e, inclusive, para o processo de ordenha mecânica. Esse problema foi destaque em diversos discursos durante a solenidade de abertura da TECNOSHOW COMIGO, feira de tecnologia rural que ocorre até dia 11 de abril, em Rio Verde (GO). Representantes do segmento do agronegócio reclamam que faltam melhorias e investimentos para resolver os transtornos causados pela falta de energia elétrica no meio rural.
Enquanto aguardam soluções do poder público, os produtores rurais não podem ‘cruzar os braços’, até porque produção parada representa falta de dinheiro. A alternativa tem sido investir na aquisição de equipamentos como geradores elétricos. Por causa disso, quem vive um momento positivo são as empresas que atuam neste setor. Segundo o consultor de vendas da DCCO, Hudson de Souza, as vendas cresceram 20% nos últimos 5 anos. O motivo é exatamente a constante queda de energia nas propriedades e empresas do meio rural. “Hoje, o produtor não pode ficar refém das companhias distribuidoras de energia. É preciso ter uma segunda opção para gerar a energia em suas propriedades”, afirma.
O diretor técnico da Buffalo Motores e Acoplados, Cláudio Frarao, diz que o crescimento na venda de geradores elétricos se deve à conscientização de produtores, que perceberam a necessidade de investir na aquisição de equipamentos para reduzir prejuízos em suas atividades. “São desde pequenos produtores, que trabalham com ordenhadeiras, panificação, até os grandes, com indústrias de aviários. Todos estão conscientes de que fazenda, empresa ou indústria parada por causa de falta de energia representa enorme prejuízo”, enfatiza.
Com a TECNOSHOW COMIGO, os representantes das duas empresas já comemoram a crescente procura por geradores elétricos. De acordo com Cláudio, no ano passado a Buffalo não comercializou nenhum gerador. “Neste ano, já são vários equipamentos vendidos”. As empresas estão oferecendo produtos para pequenos, médios e grandes produtores, com máquinas que vão de 1KVA (quilowatt Vapor Hora) a 3.250 KVA.
Retorno
O governador Marconi Perillo anunciou na abertura da feira que está empenhado em resolver definitivamente a questão da demanda por energia no Estado. “A bola da vez tem de ser o setor elétrico”, expôs durante o discurso no evento, ao justificar que esta é a área “mais nevrálgica, mais emblemática” do Estado hoje. Por isso, enfatizou, que está em fase de conclusão o acordo de acionistas com a Eletrobrás, que prevê investimentos de R$ 1 bilhão nos próximos dois anos.
Já o ministro da Agricultura, Neri Geller fez um discurso na qual reconheceu como justas as reivindicações feitas pelas autoridades que discursaram na solenidade e as dificuldades que a região vem encontrando por causa de deficiências da CELG, no fornecimento de energia para as propriedades rurais. O ministro prometeu interceder junto à Eletrobrás para ajudar a resolver o problema.