A produção de grãos em Minas Gerais deverá crescer 3,3% na safra 2013/14. De acordo com dados do quinto Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado será responsável pela produção de 12,4 milhões de toneladas de grãos, o aumento da produção mineira será impulsionado pelas culturas de soja, algodão e feijão de primeira safra. Os prejuízos com a seca que vem prejudicando as principais culturas do Estado ainda não foram contabilizados neste levantamento.

Segundo o superintendente do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, a seca deve causar perdas significativas na produtividade das culturas. "A situação é bem crítica e essa estiagem é muito atípica para o Estado. Há muito não se via uma seca tão rigorosa e afetando várias regiões produtoras. Ao que tudo indica a produção de milho será a mais afetada, já que o cereal está na fase de formação dos grãos, o que exige umidade. Também existe o risco de não se implantar a safrinha. A soja deverá ser o grão a sofrer menos impacto, isso pelo produtores investem cada vez mais nas sementes precoces, o que antecipou a colheita", disse Vilela.

O levantamento da Conab, que avaliou as culturas ao longo de janeiro, estima que a produtividade das lavouras de grãos ficará praticamente estável em Minas Gerais, com variação positiva de apenas 0,1%. O rendimento médio estimado por hectare é de 3,9 toneladas. A área destinada ao plantio ficou 3% superior a utilizada anteriormente, totalizando 3,15 milhões de hectares.

Dentre as culturas que terão crescimento na safra 2013/14 o destaque vai para a soja, que já teve colheita iniciada no Estado. De acordo com os dados da Conab, em Minas Gerais, a produção do grão ficará 11,9% superior à registrada anteriormente, com um volume de 3,7 milhões de toneladas, frente aos 2 milhões de toneladas colhidos em 2012/13.

Também houve um crescimento de 12,3% na área de plantio de soja, passando de 1,12 milhão de hectares para 1,25 milhão de hectares. A alta foi motivada pela expectativa de melhor competitividade frente ao milho, principal cultura concorrente na safra de verão, e pelo avanço da oleaginosa sobre as áreas de pastagem degradada, de sementeiras de capim e de renovação de canaviais.

De acordo com os técnicos da Conab, aparentemente as lavouras se desenvolveram bem, as primeiras colheitas vêm apresentando bons rendimentos e grãos de alta qualidade, mas apenas com o avanço dos trabalhos será possível avaliar se haverá algum impacto decorrente do período de estiagem ocorrido em janeiro.

Também não há relatos de perdas por pragas, mas os custos de produção aumentaram devido ao maior número de aplicações de inseticidas demandado para o controle da Helicoverpa armigera.

"Os preços mais competitivos e a maior liquidez no mercado devem contribuir para que a produção de soja no Estado mantenha o ritmo de crescimento. Acreditamos que a escassez de água não afetou a produtividade da soja, pois o produtor tem optado pelas variedades precoces. O tempo seco favoreceu os trabalhos com a oleaginosa, que esta em plena colheita", disse Vilela.

Algodão - O quinto levantamento da Conab também aponta para um aumento na produção de algodão em caroço. Os dados da safra 2013/14 mostram uma área cultivada com o algodão em Minas Gerais é de 21,7 mil hectares, 8,5% superior aos 20 mil hectares cultivados na safra 2012/13.

A produção algodão deve alcançar 79,9 mil toneladas, um acréscimo de 18,4% em relação à safra passada. A produtividade ficou estimada em 3,6 toneladas por hectare, avanço de 9% frente a obtida anteriormente.