As potencialidades do agronegócio paranaense e sua importância como alavanca da economia do Paraná foi o tema da palestra feita pelo secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, no seminário realizado nessa terça-feira (23) em Curitiba para 60 clientes e dirigentes de diferentes países da empresa alemã Evonik.
Na segunda-feira (22) os dirigentes da Evonik assinaram protocolo de intenções com o governador Beto Richa, no qual se comprometem a investir R$ 250 milhões no município de Castro, na instalação de uma planta industrial que vai fabricar o Biolys®, um produto biotecnológico utilizado para fabricação de nutrição animal.
Ortigara falou sobre os resultados da agropecuária paranaense, ao mostrar que o Estado produz mais de 500 itens diferentes, mas concentra três quartos do faturamento bruto, que é a parte recebida pelo produtor e que no ano passado atingiu R$ 50,4 bilhões em cerca de 8 a 9 produtos como soja, milho, leite, feijão, trigo, produtos florestais e carnes de frango, suína e bovina.
Esse desempenho, segundo ele, é uma demonstração de que o Estado reúne mais condições de produzir alimentos do que em qualquer outra região do País. Mesmo tendo um perfil de pequenas propriedades agrícolas - 87% das propriedades no Estado têm menos de 50 hectares de área - o produtor vem se superando na forma de produzir, com tecnologia e resultados surpreendentes.
“E é essa capacidade que está atraindo investimentos no Estado”, disse Ortigara, dando como exemplo a própria Evonik, que vai produzir no Paraná um complemento alimentar que diminui a quantidade de milho e soja que o animal precisa para crescer, cujo mercado potencial é a avicultura e a suinocultura, segmentos que se destacam na economia do Estado.
Segundo Ortigara, o Paraná tem uma produção agropecuária bastante diversificada, está na liderança da produção de grãos e tem condições de produzir o que o Brasil não consegue. “Aqui é o berço da produção de trigo, da cevada para fabricação de cerveja, produzimos duas safras de uva de mesa por ano”. E isso tudo com racionalidade de custos e de equipamentos, já que as áreas pequenas não comportam a aquisição de grandes máquinas como no Brasil Central, comparou.
Entre os fatores que fazem aflorar essas potencialidades, Ortigara apontou a existência de clima e solos diferentes, a um produtor inovador forjado pela presença de pelo menos 35 etnias que se instalaram no Estado no início do século passado, cujo resultado foi o surgimento de um agricultor preparado, que cursou escolas e se apresenta hoje em condições de compreender e aplicar as novas tecnologias geradas por instituições públicas e privadas no Estado. E por fim, a disponibilidade de parcerias e de integração entre o governo do Estado e a iniciativa privada que está dando a tranquilidade necessária aos investimentos, afirmou.
“Temos parceria com a iniciativa privada para fomentar a agricultura. Não atrapalhamos suas iniciativas e procuramos ajudar para que os agricultores se desenvolvam com qualidade de vida”. Essa relação está permitindo ao Paraná recuperar os atrasos na atração de investimentos, observou o secretário. Ortigara aposta na atração de novos investimentos em agroindústrias em função do Paraná ser um grande centro produtor de matéria-prima.
Entre os projetos futuros previstos no Paraná, o secretário apontou os investimentos das cooperativas de produção que planejam investir mais de R$ 1,3 bilhão em agroindústrias para atingir 50% do faturamento com produtos de valor agregado até 2015. ATIVIDADE - Esses projetos demonstram a importância da atividade agrícola e pecuária para a economia do Estado, disse Ortigara, ao lembrar que sem ela o Paraná teria dificuldades de oferecer alternativas à população para que tivesse uma vida normal e digna. Segundo ele, a agricultura e a agroindústria geram renda, empregos e movimentam a economia. Esses setores vêm recebendo uma atenção especial do governo do Estado, e do setor privado que enxerga aqui oportunidades para seus negócios.
O secretário admitiu as deficiências de infraestrutura também no Paraná, que é o gargalo a novos investimentos em todo o País. Adiantou que o governo do Estado está empenhado junto ao governo federal para firmar parcerias e investimentos importantes em rodovias, ferrovias e portos.
Ele chamou a atenção para as oportunidades de negócios que devem ser vislumbradas no Estado. “Certamente essa indústria vai participar do esforço do crescimento da agroindústria paranaense”, afirmou. Para Ortigara, o Brasil terá participação importante na alimentação do mundo que caminha para um contingente de mais de 10 bilhões de pessoas. “Se formos competentes vamos abocanhar parte importante desse mercado mundial”, destacou.
Para isso, segundo ele, ao encerrar a palestra, é preciso competência técnica, estratégias mais ousadas e estar permanentemente no mercado mundial com logística adequada.