Mato Grosso tem condições de se posicionar entre os melhores estados para investimentos, representando a autêntica terra das oportunidades. A projeção foi apresentada pelo vice-governador Carlos Fávaro (PSD), nesta quinta-feira (26), durante o Summit Agronegócio Brasil 2015, em São Paulo. Ele observou que os desafios da logística em Mato Grosso vão ser superados e que o plano do Estado para vencer as dificuldades de escoar seus produtos tem tudo para dar certo, no médio prazo. Fávaro destacou também o potencial produtivo de Mato Grosso.
No evento organizado pelo jornal O Estado de São Paulo, Fávaro afirmou que um novo modelo de gestão, novas fontes de recursos, parcerias e concessões e a viabilização de eixos logísticos são tratados como a solução para o problema logístico enfrentado pelo Estado.
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Fávaro lembrou que apenas cinco estradas de Mato Grosso foram concedidas à iniciativa privada e ressaltou o compromisso da gestão em dar qualidade a logística do Estado. Também falou da necessidade de ampliar a malha ferroviária com investimentos privados, em sua maioria. “Temos que ter a ampliação da Ferronorte, fazer a Ferrogrão e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), elas são fundamentais e só sairão do papel com investimentos da iniciativa privada”, avaliou.
Durante sua fala no evento, o vice-governador destacou os surpreendentes números da economia de Mato Grosso. Um dos poucos estados que terá crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, Mato Grosso é o maior produtor de soja, milho, algodão, milho de pipoca, girassol, pescado de água doce e carne bovina do país, segundo dados do Imea, IBGE e Conab.
Ele ainda afirmou que a produção cresce em ritmo acelerado, mais de 11% ao ano. O estado usa apenas 9,51 milhões de hectares e outros 16,50 milhões possuem potencial para a produção.
Apesar dos números surpreendentes de produção, o Estado consegue manter 61,92% do seu território preservado, cerca de 55,94 milhões de hectares. “Podemos fazer a integração lavoura-pecuária e consolidar esse crescimento sem derrubar um pé de árvore”, garantiu.
Em recente entrevista para
Olhar Direto, Fávaro destacou que Mato Grosso poderia crescer ainda mais se tivesse uma logística adequada ao tamanho de sua produção. O vice-governador ressaltou que esse é o principal objetivo, uma vez que Mato Grosso tem uma das menores malhas rodoviárias do país, perdendo apenas para os estados do Amazonas, Amapá, Pará, Roraima e Acre.
Painel
Participaram do painel com Fávaro, o presidente do conselho da Cosan, Rubens Ometto; o CEO da Cosan, Marcos Luiz e o diretor-presidente da JSL Logística, Fernando Antonio Simões.
Ometto afirmou que o Brasil consegue se diferenciar de outros países em quantidade de produção, mas perde muito em logística, o que trava os bons preços dos produtos in natura brasileiros. “O Brasil ganha muito no campo, mas perde na logística”, avaliou.
Fernando Simões falou sobre a necessidade de estudar previamente a logística para atender a expectativa dos clientes e também ressaltou a necessidade de parar de olhar o transporte rodoviário como o vilão da logística. “Não há gargalo logístico que segure o desenvolvimento e a inovação da iniciativa privada brasileira. As nossas adversidades logísticas criaram profissionais comandantes capazes de buscar soluções, qualquer que seja o desafio", comentou.
Marcos Luiz encerrou o painel destacando que, apesar da importância, a logística ainda é neglicenciada pelos governos, lembrando que nos últimos anos, a União investiu R$ 1,7 bilhão em ferrovia, enquanto a iniciativa privada bancou outros R$ 44 bilhões.