O diretor da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Jay Wallace, informou ao ministro da Agricultura e Pecuária da República do Congo, Rigobert Maboundou, que a instituição depende apenas da liberação de material genético brasileiro por parte das autoridades competentes para dar início ao projeto de fortalecimento da produção de cacau no Congo.
A informação foi dada durante visita do ministro congolês à diretoria da Ceplac no último dia 14 em Brasília. Jay Wallace explicou que o Brasil tem leis de restrição ao acesso genético de plantas brasileiras para evitar riscos de contaminação de pragas e doenças.
O projeto faz parte do acordo de cooperação técnica entre os dois países, coordenado pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC) e executado pela (Ceplac), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A Ceplac deverá contribuir para a melhoria da produção do cacau no Congo, disponibilizando peritos e especialistas para atuarem na implantação de lavouras cacaueiras e, ainda, com fornecimento de material genético. Toda tecnologia de produção e desenvolvimento da cacauicultura brasileira deverá ser repassada para que aquele país retome sua produção.
A experiência obtida pelo corpo técnico da Ceplac no Brasil permite o repasse de tecnologias ao país produtor de cacau, desde a formação de mudas e preparo de área até o beneficiamento das amêndoas. Entre outras ações desenvolvidas pela Ceplac, o acordo prevê a implementação de uma extensão rural de Unidade de Referência Tecnológica com capacidade demonstrativa para treinamento, transferência de tecnologia, inclusive de sistemas agroflorestais. Ele ainda prevê o desenvolvimento de programas de formação de mão de obra congolesa para o setor cacaueiro.
Wallace ressaltou que o fortalecimento de cooperação com os países africanos é prioridade do Governo Federal e lembrou: “inclusive é uma determinação que começou com o governo Lula”. O ministro Rigobert manifestou sua confiança na implantação do projeto e reafirmou o interesse de seu país no acordo que deverá revitalizar a cacauicultura congolesa. Ele explicou que no passado a cultura teve grande importância econômica para o país, mas as fazendas foram abandonados por inúmeros motivos e que agora o atual governo pretende investir no setor visando sua recuperação e a parceria brasileira é decisiva nesse processo.
Ainda no encontro o Cientista da Ceplac no setor agronômico, Manfred Müller, ressaltou o interesse e a importância em experimentar o comportamento, fora do Brasil , de clones de cacau desenvolvidos pela Ceplac. “Se acaso forem atacados por pragas e doenças dos quais são resistentes, o Brasil poderá colaborar com os países produtores de cacau por meio da Ceplac”, concluiu.