A sucessão familiar e as políticas públicas destinadas à juventude rural foram temas de dois seminários voltados aos jovens nos municípios de Arroio do Tigre, na Sociedade Recreativa e Cultural Clube 25 de Julho, e de Passa Sete, na câmara de vereadores, ambos na região Centro-Serra.
Em Arroio do Tigre, o Seminário Municipal de Jovens Rurais ocorreu nesta quinta-feira (21/02) e reuniu cerca de 40 jovens, além de integrantes do executivo e legislativo municipal. O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Associação de Juventude Rural (Ajurati) e Consórcio Intermunicipal do Vale do Jacuí. Já em Passa Sete, o evento reuniu representantes de oito grupos de jovens, além de autoridades do município, na segunda-feira (18/02). O encontro foi promovido pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Associação Municipal das Juventudes Rurais de Passa Sete (AMJURPS), Território Centro-Serra e prefeitura.
Arroio do Tigre
A região Centro-Serra apresenta bons índices de permanência de jovens no campo. Em Arroio do Tigre, a população é de, aproximadamente, 12.500 pessoas, delas, 1.660 são jovens que vivem no meio rural e 1.494 moram no meio urbano.
O professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Vilson Flores, realizou palestra nos dois seminários e comentou que um dos motivos para os bons índices de sucessão familiar na região é a união da juventude. “Esta região tem uma experiência única no Estado de possuir tantos municípios onde os jovens estão bem organizados. A grande conquista desta juventude é conseguir reunir diferentes interesses em uma associação. Isto serve de exemplo para muitos lugares do Brasil”, destaca.
A jovem Marciane Pappis, de 19 anos, mora no interior de Arroio do Tigre, na localidade de Taboãozinho. Atualmente, ela realiza um curso Técnico em Enfermagem e quer utilizar seu conhecimento para melhorar as condições de saúde da sua comunidade. “O jovem busca uma melhor fonte de renda e também mais qualidade de vida. Aqui somos incentivados a continuar morando na nossa comunidade. Apesar de ter escolhido uma profissão diferente dos meus pais, percebo que a juventude daqui não quer sair do município”, comenta.
Para Marciane, uma maneira eficaz de manter o jovem no campo é oferecer cursos técnicos de qualidade no interior. Porém, isso ainda não acontece como deveria, e o professor Vilson Flores aponta uma solução. “Atualmente, o jovem pode fazer bons cursos de graduação e pós-graduação sem sair de casa, desde que possua a estrutura tecnológica para isso. Na UFSM, por exemplo, oferecemos bons cursos de Educação a Distância”, explica.