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Sábado, 12 de julho de 2025

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50% DE TAXA

Tarifaço de Trump pode encarecer alimentos, combustível e aumentar inflação, diz presidente da Aprosoja

Foto: reprodução

Tarifaço de Trump pode encarecer alimentos, combustível e aumentar inflação, diz presidente da Aprosoja
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Costa Beber, afirmou que a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode encarecer os alimentos e combustíveis, além de aumentar a inflação. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.


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Por meio de uma carta enviada ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o republicano afirmou que, entre os motivos da cobrança imposta, está a suposta perseguição do Supremo Tribunal Federal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Trump classificou a situação como uma "desgraça internacional".

Ele também apontou uma "injustiça" contra os Estados Unidos como justificativa para a implementação da tarifa. O presidente da Aprosoja-MT afirmou que a tarifa pode influenciar no aumento do preço dos insumos e maquinários agrícolas.

O aumento nas exportações de carnes influencia diretamente o consumo de soja e milho, já que a engorda de aves e suplementação nutricional com rações, e o confinamento bovino é cada vez mais utilizado no Brasil.

"Se caso forem aplicadas essas tarifas, vai impactar principalmente nas exportações de carne, já que os Estados Unidos têm aumentado cada vez mais a importação de carne bovina e também carne de frango. Isso interfere diretamente no preço dos grãos da soja e do milho. Outra preocupação é que o Brasil não refina petróleo pesado. Nós exportamos para os Estados Unidos e importamos petróleo acabado, dentre eles o óleo diesel, que é o principal responsável pelo abastecimento das nossas máquinas agrícolas que produzem os alimentos e também o transporte de alimentos em todas as cadeias", disse o presidente.

Um encarecimento desses insumos elevará os custos de produção e poderá impactar os preços dos alimentos, agravando a inflação. Com a inflação em alta, há risco de aumento da taxa básica de juros (Selic), encarecendo ainda mais o crédito rural, que já está entre os mais caros da história recente.

Recentemente, a Aprosoja-MT já havia expressado preocupação com o Plano Safra 2025/26 anunciado pelo Governo Federal. Com juros próximos da taxa Selic atual, o crédito rural se torna praticamente inacessível para a maioria dos produtores, sobretudo em um momento de elevado endividamento no campo.

Embora o volume total anunciado seja de R$ 516,2 bilhões, parte significativa dos recursos R$ 185 bilhões será captada via Cédulas de Produto Rural (CPR) lastreadas em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), instrumentos privados que não possuem taxas controladas. Ao excluir essa parcela, o volume de recursos disponível sofre uma redução nominal de 17,3%.

Na prática, os valores controlados, montante com juros prefixados, cresceram 5% em relação ao plano anterior, o que representa um decréscimo de 0,32% em termos reais, quando ajustado pela inflação acumulada nos últimos 12 meses. Além disso, parte desses recursos já está comprometida com financiamentos da safra anterior. Trump afirmou que, se o Brasil retaliar com tarifas, o valor será somado aos 50% já impostos, aumentando o risco de retaliações ainda mais severas.

"Além do mais, temos que considerar que importamos produtos de grande importância, principalmente componentes eletrônicos de alta tecnologia para a informática utilizados e adotados na agricultura e também máquinas de alta tecnologias produzidas nos Estados Unidos que deixam a nossa agricultura mais eficiente e mais competitiva. Então, a Aprosoja pede ao governo federal, acima de tudo, cautela e diálogo, já que é um importante parceiro comercial para o Brasil e isso vai influenciar fortemente nos produtos agrícolas brasileiros, como a carne, a soja, o milho e até mesmo o café e o suco de laranja, no qual os Estados Unidos é o maior importador e o Brasil é o maior produtor e exportador desses alimentos", afirmou.
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