O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou um forte crescimento de 13,4% no primeiro trimestre de 2017 em comparação ao anterior – a maior expansão em mais de 20 anos. Por trás desse setor bilionário, estão propriedades rurais, empresas e cooperativas que começam a buscar a governança corporativa para atingir novos patamares de gestão , aumentando também sua rentabilidade e longevidade.
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Em junho o agronegócio liderou em junho a oferta de vagas com 36.827 novos postos de trabalho, de acordo com número do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. A alteração é conseqüência da alta de 1% da economia brasileira no primeiro trimestre, após oito seguidos de queda.Em Mato Grosso, este quadro não é diferente: produtores rurais estão profissionalizando o comando, originalmente familiar, desenvolvendo processos e mecanismos baseados nestes pilares.
Segundo a consultora empresarial Lorena Lacerda, presidente do Grupo Valure, este é um tema que tem se fortalecido na pauta do agronegócio nos últimos tempos. Tanto que muitas instituições já estão experimentando o poder da gestão e da governança em seus negócios e sentem na pele o quanto isto tem agregado para que obtenham melhores resultados.
"Este ano, por exemplo, a Girassol Agrícola – um dos maiores grupos do agronegócio no país – inovou em seu tradicional 'Dia de Campo' ao proporcionar uma palestra sobre 'Os Desafios da Gestão e Governança Para o Agronegócio'. Isto, além dos conteúdos técnicos sobre produtividade e afins. O grupo englobou desde o pequeno até o grande produtor, pois reconhece o quanto este tema é imprescindível para a continuidade dos negócios hoje em dia", pondera.
A governança corporativa pode ser definida como um sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas – envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.
Lorena ressalta que, tanto no agronegócio quanto em outros setores, as boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de curto, médio e longo prazo da organização – facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.
"O setor do agronegócio possui muitos desafios e tal recurso ajuda os empresários neste sentido. Ele mostra os resultados de maneira mais objetiva e propicia as informações necessárias para que tomem as melhores decisões com maior velocidade, além de criar mecanismos para acompanhamento de resultados. Para implementar, é preciso repensar a estrutura do negócio, realinhar processos, tecnologias e pessoas. Definir desde regras básicas até a sucessão familiar", pontua.
Vale destacar que entre os princípios básicos da governança corporativa estão a transparência, a equidade, a prestação de contas (accountability) e a obediência às leis do país (compliance).