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Sexta-feira, 01 de novembro de 2024

Notícias | Geral

Biotecnologia garante produtividade a agricultores norte-americanos

Nos Estados Unidos, o cultivo do milho resistente à seca já é uma realidade. Por lá, acaba de ser lançada uma variedade de soja que produz óleo de melhor qualidade e mais saudável. Para os próximos anos, devem chegar ao mercado americano sementes que sejam, ao mesmo tempo, resistentes aos herbicidas glifosato e dicamba. As novas biotecnologias para a produção de grãos são o tema da quarta reportagem da série especial produzida no Meio-Oeste americano, para o Rural Notícias.


Os brasileiros que visitam o Cinturão de Grãos dos Estados Unidos percebem algumas características que beneficiam o produtor norte-americano. A começar pelas terras que são muito férteis na região de Iowa e Illinois.

– A porcentagem de fósforo e potássio é altíssima, a matéria orgânica também é alta. Chove, nas três propriedades, 700 milímetros, outra 800 milímetros e outra mil milímetros ao ano. Chove mais na primavera, mas no período que eles plantam têm muita umidade, muita cobertura no solo, muita matéria orgânica pra reter a umidade. Não tem doença, praticamente não tem insetos. Então, os caras têm tudo na mão pra produzir – lista o produtor brasileiro Wilmar Quirino da Silva.

O clima ajuda a explicar as diferenças entre as produções norte-americana e brasileira. Em Iowa, principal Estado produtor, as temperaturas no verão giram em torno dos 30°C. No inverno, a situação é bem diferente. Os termômetros chegam a marcar - 10°C. As temperaturas negativas do inverno reduzem a população de insetos. Mas os agricultores norte-americanos têm outros desafios.

– O pior inseto é a lagarta-da-raiz do milho. Nós controlamos a praga com o uso de transgênicos. Nós temos muitos problemas com a síndrome da morte súbita, o mofo branco e a podridão parda da haste. Elas podem matar a soja e reduzir a produtividade. Eu sei que a ferrugem é um grande problema na América do Sul e no Brasil, mas nós realmente não temos problema com isso – diz a agricultora Vickie Faivre.

Entre as maiores preocupações dos produtores dos Estados Unidos está o desenvolvimento de tecnologias com resistência à seca. Nisto, o milho está bem à frente da soja.

– Nós acreditamos que os híbridos de milho utilizados ajudaram a minimizar os efeitos do estresse hídrico e a presença de insetos, e isso ajudou a manter a produção – relata Faivre, que conseguiu manter a produtividade na seca enfrentada na safra de 2012, devido ao uso da tecnologia.

A perda de eficiência da tecnologia RR, que permite a aplicação do herbicida glifosato, também conhecido por Roundup, assusta os agricultores norte-americanos, tanto quanto os brasileiros. O uso constante do defensivo faz com que apareçam ervas-daninhas, que não são mais eliminadas com o produto.

– O Brasil já possui a Intacta, mas existe uma segunda geração da Intacta, com uma nova característica bt. Deve chegar ao Brasil nos próximos dois anos. E nós vamos continuar com a soja resistente ao Roundup, mas que também seja resistente ao dicamba que é outro herbicida. Isto vai dar mais flexibilidade no controle das ervas-daninhas na cultura da soja – conta o diretor do centro de aprendizagem da Monsanto, Troy Coziahr.

A soja resistente ao glifosato e ao dicamba deve ser lançada primeiro no mercado americano, em 2016, e ainda não tem previsão de ser comercializada no Brasil.

– Para o milho, nós temos uma nova geração para controle de insetos chegando, o próximo controle de lagarta, que pode chegar ao mercado em poucos anos, não é mais o milho bt, é uma nova tecnologia chamada “r-n-a-i”, ou “r-n-a interferência”, que é um novo método de controle deste inseto – explica Coziahr.

Além dos benefícios para o cultivo, as empresas de biotecnologia também estão de olho na oferta de produtos com maior valor agregado. É o caso da soja plenish, que acaba de ser lançada nos Estados Unidos pela Pioneer e que também não tem data para chegar ao Brasil.

– Zero gordura trans e baixa porcentagem de gordura saturada. Ela representa maior quantidade de vida do óleo em prateleira. E maior qualidade da fritura, por exemplo – explica o gerente de Agronomia da Pionner, Fabrício Bona Passini.




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