O líder indígena Kaingangue Valério Oliveira fez declarações polêmicas em
vídeo postado no Youtube na última quinta-feira (01), três dias após o assassinato de dois agricultores no município de Faxinalzinho, no norte do Rio Grande do Sul.
Oliveira deu um ultimato ao ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e ameaçou com mais derramamento de sangue se o governo não cumprir promessas feitas a estas comunidades de fazer a ampliação de reservas.
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“Ele (Cardozo) não tem vergonha de ter demarcado nenhum palmo de terra que ele prometeu aos índios. Tem criança sofrendo debaixo da lona e o ministro não toma uma medida. A portaria estás há dois anos na mesa do ministro e ele não deu nenhum retorno. Até a semana que vem (essa semana), os índios estão prontos para ir para a estrada e isolar os municípios de novo. Se o ministro não vier dar uma garantia aos índios sobre a portaria da Reserva Candoia, vamos juntar mais 5 mil índios e, aconteça o que acontecer, vai ficar a critério do ministro. Se ele não tomar providências, vai acontecer derramamento de sangue e vai haver mortes", ameaçou a liderança.
O vídeo provocou indignação entre os membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Após tomar conhecimento do vídeo, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) pediu investigações sobre as declarações do líder indígena.
Os irmãos Anderson e Alcemar Souza foram mortos, no dia 28 de abril, a tiros e pauladas por índios que reivindicam a demarcação de reservas na região norte do Rio Grande do Sul.
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