Dez anos atrás, quando decidiu trocar a cidade pelo campo depois de se aposentar, o fotógrafo Kazuo Hamamoto nem imaginava que a mudança de moradia viria acompanhada de uma nova profissão. A opção por uma vida mais tranquila transformou-se numa nova atividade econômica em 2004, quando Kazuo e sua esposa Yooko decidiram se aventurar no cultivo de flores. No começo, os sonhos dos Hamamoto eram pouco ambiciosos e cabiam numa pequena estufa de 200 metros quadrados, onde foram cultivados os primeiros crisântemos em vaso. Mas os resultados da nova atividade surpreenderam o casal. Na época, a oferta de flores era pequena na região e a demanda crescente.
Animado com as vendas, o casal passou a sonhar mais alto e decidiu construir uma estufa maior, de mil metros quadrados. No ano seguinte, optaram pela produção de rosas. De lá para cá, os três mil pés da planta multiplicaram-se e hoje já somam 12 mil. A Chácara Totibana, propriedade de 7,2 hectares mantida pelo casal em Cianorte (Noroeste do Paraná), recebeu o apelido de “Terra das flores” e agora ajuda o município conhecido como a capital do vestuário a se reinventar.
As rosas se mantém como o carro-chefe da propriedade. com 80% da produção. O restante é formado por variedades tropicais, como helicôneas e papiros. Atualmente, a produção semanal varia de 250 a 300 dúzias de rosa. Tudo é vendido na cidade. Todo o trabalho é feito pelo casal e por um funcionário.
O próximo passo é transformar a associação de produtores em cooperativa. Segundo Kazuo, a novidade permitirá que as flores sejam compradas de produtores de outros lugares, armazenadas e comercializadas na região. “O segmento de flores é um bom negócio. Desde o nascimento, as pessoas recebem flores. Para as festas de quinze anos e casamentos, vende-se flores. As pessoas falecem, e lá estão as flores. Depois que partem, ainda são lembradas e homenageadas com flores”, conclui.
A experiência dos Hamamoto está no projeto “Cultivo de Flores, Parceria e Associação na Geração de Emprego e Renda”, um dos 10 finalistas do Programa Empreendedor Rural (PER), criado e desenvolvimento pelo Sistema Faep. O projeto vencedor será conhecido hoje durante a 11ª edição do Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais, que será realizado no Expotrade Center, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Projetos finalistas retratam diversidade do agronegócio
Da pecuária leiteira ao cultivo de flores, da bovinocultura de corte à criação de abelhas em áreas de reserva legal, os 10 projetos finalistas do Programa Empreendedor Rural (PER) espelham a diversidade do agronegócio brasileiro. Com o projeto “Chácara Santa Rosa”, os irmãos Emerson Augusto do Couto e Anderson José do Couto, de Marialva, desejam implantar 22 estufas o cultivo de 345 mil pés de crisântemos e lisiantos. Já o projeto “Sítio Pai Bruno”, de Daniel Nelson Cizanska e Osmar Zborowski, de Cândido de Abreu, busca aproveitar a área de reserva legal para criar abelhas.
“Modernização e ampliação da produção leiteira na Estância São Luis” é o projeto de Luís Ricardo Hubner, de Teixeira Soares. Visa construir uma nova sala de ordenha e produzir mais leite. Ter uma sala de ordenha também é a meta do produtor Rubens Rengel Buss, de Palmital, do projeto “Construção de uma sala de ordenha mecanizada”. Já Verno Silvano Kochler, de Toledo, espera aumentar a produção de 600 para mil litros de leite por dia com o projeto “Construção de barracão free-stall para vacas leiteiras”.
O projeto “Ampliação e Melhoramento da bovinocultura de corte na Fazenda Kafurna, dos produtores Luís Alberto Tumelero e Anísio Pedro Scarabelot, de Pato Branco, busca aumentar o rebanho por meio da melhoria das pastagens. “Aumento de tecnologia na produção de bezerros de corte de qualidade para obtenção de melhor rentabilidade” é o projeto da produtora Marina Araújo Azevedo, de Candoi. Já o projeto “Implantação de Sistema de Integração lavoura-pecuária no Sítio Saltinho”, de Priscila Andriely Bosak, de Teixeira Soares, aproxima a lavoura da pecuária. A meta é plantar soja e aumentar o rebanho bovino. Já a produtora Maria José de Iolana, de Grandes Rios, concorre com o projeto “Piquete – Uma ótima opção para a atividade agropecuária”. Seu plano é ampliar a área de pastagem de 13,2 para 19,2 hectares, implantar três piquetes e aumentar o rebanho de 12 para 30 cabeças.