Galdino de Almeida cria abelhas há oito anos em Patrocínio Paulista, no nordeste de São Paulo. O apicultor que já chegou a ter 152 colmeias e produção de seis toneladas de mel por safra começou a ter prejuízo em 2011. Na safra que está começando agora, a perspectiva é de que a colheita sofra redução novamente.
Segundo o apicultor, a queda está relacionada ao desaparecimento e morte das abelhas.
A explicação para o problema está nos pesticidas utilizados nas lavouras. Segundo especialistas, os defensivos agrícolas estão afetando o cérebro das abelhas alterando o sentido de direção dos animais. Ao sair em busca do néctar das flores, elas se perdem no caminho e não conseguem voltar para as colmeias.
Lionel Gonçalves, professor aposentado da USP e membro da Confederação Brasileira de Apicultura, explica que o fenômeno é chamado de síndrome do colapso das colônias e já se espalhou pelo mundo todo.
Para o pesquisador do laboratório de genética e comportamento de abelhas da USP de Ribeirão Preto, Rogério Pereira, se o problema continuar toda a cadeia produtiva de alimentos pode ser afetada.