O deputado estadual Valmir Moretto (Republicanos) voltou a criticar a atuação do secretário de Estado de Agricultura Familiar Silvano Amaral (MDB). Segundo ele, os produtores de leite devem entrar em greve em breve, e se há projetos para o setor, como diz o secretário, não há forma de adivinhar: “Não somos adivinhões”, alfinetou.
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“Eu não quero que ele me atenda, eu quero que ele resolva o problema dos produtores, eu quero ver o programa familiar que o estado vai apresentar para a população. Eu acho que até a consciência do próprio secretário é de que o estado não tem programa que vai atender os nossos produtores, e conhecendo a ousadia que o nosso governador tem, ate agora eu não vi um programa. Se tem, tá engavetado, e se tá engavetado a gente não pode adivinhar, não somos adivinhões. Até agora não tem um programa que vai melhorar realmente a vida do produtor. O trator, o equipamento, ajuda? Ajuda, mas não é a solução para a agricultura familiar”, disparou o parlamentar.
Moretto já chegou a criticar Silvano no início do ano, dizendo que ele ‘atrapalhava’ o pagamento das emendas do deputado porque não gostava dele e, assim, acabava prejudicando os municípios. Diante da falta de projetos, o parlamentar afirmou que os produtores de leite devem entrar em greve por causa do preço do produto.
“Os custos [se] elevaram muito, o produtor precisa ser remunerado e o preço do leito voltando no patamar que o laticínio quer trabalhar não dá. Eu acho que é um bom momento pra parar também. O laticínio tá reclamando que pra ele tá ruim, tá com a câmara estocada de leite, tá com a câmara estocada de queijo, então pra eles, se não tiver leite, não vai fazer diferença, porque ele tá com o estoque cheio. Está ruim para o laticínio e tá ruim para o produtor, então o produtor para de trabalhar e ai vai ficar bom para o laticínio também, porque ele vai ficar sem leite, vai ficar sem estoque, não vai ter mais muçarela ali no estoque, dai não vai ter mais nada e resolve pra todo mundo”, explicou.
O que o parlamentar cobra do secretário, segundo ele, são novos programas para o setor. “Hoje há programas de incentivo do produtor. Cobrei hoje também o [secretário de Estado de Fazenda] Rogério Gallo a questão dos impostos, que interfere na questão da cadeia produtiva da piscicultura. Hoje nós temos um aumento de 12% do ICMS para o piscicultor que vai vender interestadual. Então precisa acudir rápido, porque o produtor tem que continuar vendendo. Ele vender com 12% a menos, já começa a dar prejuízo porque a margem dele não chega a 12% às vezes, aí vai pagar de imposto... quer dizer, não ganha nada. O Estado já definiu isso, vai cobrar 2%, vai isentar 10% e vai ter só 2% encima da piscicultura que vai sair do Estado. Rogério Gallo garantiu que na semana que vem a mensagem estará na Assembleia pra ser votada”, completou.